Em seu relatório mais recente, o BTG Pactual (BPAC11) reduziu seu preço-alvo para as ações da Minerva Foods (BEEF3) de R$ 10 para R$ 8, mantendo recomendação neutra.
O corte ocorre após a conclusão da injeção de capital de R$ 2 bilhões. Parte desse valor já foi utilizada para recomprar títulos de dívida com desconto, gerando valor para os acionistas. Os bônus de subscrição vinculados, se exercidos em sua totalidade, podem gerar mais R$ 1 bilhão nos próximos três anos.
Para os analistas, o cenário de curto prazo para a Minerva é otimista, com o bom ritmo das exportações e a monetização dos estoques devendo sustentar resultados fortes.
“Em um mercado que busca histórias de lucro, há espaço para uma visão tática positiva. No entanto, a alavancagem continua elevada, o risco sobre o fluxo de caixa persiste e o ciclo pecuário no Brasil está começando a se inverter”, disseram os analistas, de acordo com o Money Times.
“A 5,1x EV/Ebitda, o papel negocia próximo da média histórica de 10 anos, de 5,3x, oferecendo um colchão de valuation limitado. Em um ambiente de juros elevados, é difícil justificar a manutenção de um ativo de baixo yield e alta dívida numa visão de 12 meses”, acrescentaram.
Análise do desempenho recente
O BTG Pactual (BPAC11) aponta que o resultado do primeiro trimestre de 2025 da Minerva foi decepcionante, com receita e Ebitda (lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização) abaixo das expectativas.
“O volume de abate de bovinos no Brasil subiu 32% na comparação trimestral, enquanto os volumes de venda cresceram apenas 3%. Acreditamos que a Minerva aproveitou a cota de importação livre de impostos dos EUA para antecipar exportações e formar estoques de carne para vendas futuras”, destacaram.
A expectativa é que os estoques sejam monetizados no segundo trimestre, com valores elevados, considerando os preços da carne bovina nos EUA.