
As ações da MRV (MRVE3) fecharam esta terça-feira (7) com queda de 11,70% após a divulgação da prévia operacional para o terceiro trimestre de 2025. Companhia liderou as maiores devalorizações do pregão.
A MRV apurou uma geração de caixa ajustada de R$ 30 milhões para a divisão MRV Incorporação, dado que foi considerado fraco pelos analistas, além de quedas nas vendas em lançamentos, disse a IstoéDinheiro.
“Esperávamos uma geração de caixa mais forte devido ao melhor ritmo de transferências e à sazonalidade”, afirmaram analistas do Citi em relatório a clientes, acrescentando que os números operacionais parecem “pouco inspiradores” para a tese de investimento na companhia.
Os analistas do Itaú BBA também chamaram a atenção para dados mais fracos sobre fluxo de caixa. “Ainda não melhorou muito, e a empresa registrou queima de caixa em todos os seus segmentos de negócios, impactada por efeitos não recorrentes nas operações brasileiras, como atrasos nas transferências devido à suspensão de subsídios regionais em dinheiro.”
Excluindo a cessão da carteira, houve consumo ajustado de R$ 313 mil na MRV Incorporação.
Segundo a MRV, o atraso nos repasses de recursos de programas regionais de habitação ocasionou um descasamento temporal de R$ 93 milhões na geração de caixa do trimestre. “Caso esse atraso não tivesse acontecido, a geração de caixa do período teria sido de R$ 123 milhões”, acrescentou.
No segundo trimestre, a divisão teve consumo de caixa de R$ 38,2 milhões e no primeiro trimestre consumo de R$ 127,4 milhões.
A prévia também expôs vendas líquidas de R$ 2,445 bilhões, quedas de 0,5% ano a ano e de 8,9% na base trimestral, enquanto o VGV de lançamentos totalizou R$ 2,355 bilhões, declínios de 9,4% em relação ao mesmo período de 2024 e de 31,7% no trimestre.
A construtora comercializou 8.779 apartamentos no terceiro trimestre, quedas de 9,6% ano a ano e de 11,6% na comparação com o trimestre anterior, mas o valor médio das vendas ficou em R$ 278 mil, altas de 10% e 3%, respectivamente.
Nos lançamentos, foram comercializadas 8.354 unidades, também com quedas na base ano a ano, de 19,3%, e na base trimestral, de 31,8%.
A MRV&Co divulgou que terminou o trimestre com 1.400 unidades não repassadas a mais que no trimestre anterior para a MRV Incorporação, o que afetou a geração de caixa e venda líquida reportados.
“Se isso não tivesse ocorrido, as vendas do terceiro trimestre de 2025 seriam similares às do segundo trimestre de 2025”, acrescentou.
Operação da Resia
A Resia, operação da MRV&Co nos EUA, registrou consumo de caixa de US$1,5 milhão, após geração de US$34,2 milhões no trimestre anterior e US$ 19,7 milhões um ano antes.
A empresa reportou que já foram vendidos cerca de US$ 149 milhões em ativos da Resia do plano de desinvestimentos de cerca de US$ 800 milhões até 2026.
Segundo a MRV&Co, o empreendimento Tributary, de 433 unidades, encontra-se estabilizado e já teve processo de venda iniciado.
“A Resia continua apresentando boa velocidade de locação, indicando que os projetos estarão aptos para venda dentro do planejamento de 2025 e 2026”, acrescentou a companhia.
MRV&Co (MRVE3) tem prejuízo ajustado de R$ 774 mi
O grupo MRV&Co (MRVE3) declarou prejuízo líquido ajustado de R$774,7 milhões no balanço do segundo trimestre de 2025, divulgado nesta terça-feira (12), após o fechamento.
Resultado reverte o lucro de R$29,4 milhões apurado no mesmo período do ano passado. As operações da subsidiária norte-americana Resia são apontadas como principal fator para o resultado negativo.
De acordo com a Reuters, via Money Times, receita operacional líquida totalizou R$2,7 bilhões no período, um crescimento de 18% em relação ao faturamento do segundo trimestre de 2024, com impulso do segmento de incorporação da MRV&Co, que inclui as marcas MRV e Sensia.