A Natura (NTCO3) está estudando e propondo aos acionistas uma simplificação de sua estrutura organizacional, com a holding sendo incorporada pela Natura Cosméticos — o que impactará o alto escalão da empresa.
Fabio Barbosa, que ocupava o cargo de CEO da Natura &Co Holding, deixará a função para assumir a presidência do conselho da empresa integrada. A reorganização representa o desmonte da aposta frustrada da Natura nos últimos anos de se tornar uma holding diversificada de marcas e territórios.
A holding era responsável pelas marcas Natura, Avon Internacional, The Body Shop e Aesop — as duas últimas já foram vendidas, enquanto a Avon está em recuperação judicial e a companhia busca um comprador no exterior. Com isso, o foco na América Latina e no crescimento da marca Natura abre espaço para a simplificação da estrutura.
O trio de fundadores e controladores, Luiz Seabra, Guilherme Leal e Pedro Passos, permanece no conselho. João Paulo Ferreira continuará como CEO da Natura Cosméticos e ganhará uma cadeira no board, enquanto a empresa traz de volta Alessandro Carlucci, ex-CEO, como conselheiro independente.
Silvia Vilas Boas será mantida como CFO e, em abril, acumulará a função de diretora de relações com investidores. Já Guilherme Castellan, que era CFO da holding, deixará a empresa.
Natura (NTCO3): Goldman ‘volta atrás’ e rebaixa recomendação
Passado um mês da avaliação em que elevou a recomendação para as ações da Natura (NTCO3), o Goldman Sachs reavaliou a decisão e rebaixou novamente a indicação para neutra. Para os analistas, as expectativas foram frustradas após ter conhecimento do balanço financeiro da empresa para o quarto trimestre.
Anteriormente, o banco confiou que a empresa estava avançando com o processo de simplificação, devido à venda bem-sucedida de ativos estratégicos, como Aesop e The Body Shop, e a conclusão do processo de Capítulo 11 da Avon Internacional.
Na nova avaliação, o Goldman viu uma queda de margem maior que o esperado no 4T24 da Natura, o que além de reduzir expressivamente a visibilidade dos lucros e de geração de caixa, também adiou a possibilidade de alocação de capital.