O Nubank (ROXO 34) anunciou mudanças em seu quadro administrativo na sexta-feira (21). O CEO (presidente-executivo) e cofundador da companhia, David Vélez, retorna ao comando direto da liderança. O movimento, segundo a empresa, simplifica as operações globais nos mercados.
Desde 2021, Vélez focava exclusivamente na função de CEO, especialmente em preparativos para a futura abertura do Nubank na Bolsa de Nova York. Cinco diretorias responderão diretamente a Vélez: Lívia Chanes, CEO para o Brasil; ; Vitor Olivier, diretor de Tecnologia; Youssef Lahrech, presidente e diretor de Operações Cristina Junqueira, que além de cofundadora ocupa a direção de Crescimento; e Guilherme Lago, diretor Financeiro.
A área de relação com os investidores também terá mudanças: o diretor de Relações Internacionais do banco, Jorg Friedemann, deixará a empresa nos próximos meses, e a fintech deve buscar um substituto no mercado.
Além disso, o atual diretor de Produtos, Jag Duggal, deixará a posição executiva em abril, e se tornará assessor externo do Nubank. O cargo não será preenchido e as posições serão redistribuídas.
Nubank tenta reverter derretimento de ações
A mudança ocorre exatamente um mês depois de as ações da companhia derreterem 19%, o maior tombo desde a sua entrada na bolsa. A desvalorização foi registrada após divulgação do balanço da empresa em 2024.
A reação do mercado aos dados do quarto trimestre fez o banco digital perder R$ 68,6 bilhões em valor de mercado e o posto de banco mais valioso da América Latina para o Itaú (ITUB4).
Segundo o Nubank, David Vélez “retomará o comando direto sobre a equipe de gestão para ajudar a otimizar o mercado e as operações globais”. O objetivo é “aumentar ainda mais a centralidade no cliente, a eficiência e a colaboração entre países”.
Nubank (ROXO34): Citi vê riscos e reitera recomendação de ‘venda’
Os analistas do banco norte-americano Citi reiteraram sua recomendação de “venda” para as ações do Nubank (ROXO34), com preço-alvo de US$ 9. A instituição vê riscos para as projeções sobre o banco latino, a exemplo do crescimento da carteira e rentabilidade são de baixa.
“As condições do ciclo de crédito no Brasil sugerem cautela quanto ao crescimento futuro, enquanto os esforços de diversificação para outros produtos e regiões parecem potencialmente diluidores do ROE. Com a baixa contribuição das receitas de tarifas e a maior parte ainda vindo de cartões de crédito, vemos a história do Nubank fortemente dependente da margem financeira”, disse o Citi.