A indicação de Magda Chambriard para assumir a presidência da Petrobras (PETR4) no lugar de Jean Paul Prates acendeu um alerta nesta quarta-feira (15) devido a um possível conflito de interesse. O receio surge devido à proximidade dela com o governo e sua atuação no setor privado.
Mesmo com os receios, o possível impedimento da nomeação à presidência da Petrobras (PETR4) é descartado.
A Lei das Estatais impõe uma série de restrições às indicações políticas para cargos públicos.
Para representantes do setor de óleo e gás, o fato de Chambriard já ter atuado como assessora da Alerj (Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro) e ser sócia de uma consultoria de energia não deve ser um empecilho para sua ida à estatal.
Contudo, vale ressaltar que conflitos similares já barraram nomeações anteriores na Petrobras. “Acho que vai passar”, declarou Adriano Pires, sócio-fundador e diretor do CBIE (Centro Brasileiro de Infraestrutura), e pontuou que há preocupações do governo atual com eventuais conflitos de interesses.
Pires chegou a ser indicado para assumir a Petrobras em março de 2022, mas declinou ao convite por não conseguir conciliar o trabalho de consultor no CBIE (Centro Brasileiro de Infraestrutura).
“O que normalmente acontece quando você vai para cargos no governo? Você se afasta da consultoria e assume o cargo. Quando você sair do governo, vai ter um período em que não vai poder trabalhar e depois pode até voltar para a mesma consultoria”, declarou Pires, de acordo com o “InfoMoney”.
Além disso, ele acrescentou que preocupações em torno de sua consultoria de energia o fizeram recuar.
Petrobras (PETR4) perde R$ 49,5 bi de valor com saída de Prates
O mercado reagiu mal ao anúncio da saída de Jean Paul Prates da presidência da Petrobras (PETR4). As ações da empresa registram forte queda nesta quarta-feira (15), chegando a uma baixa máxima de 9,57% para PETR3 e de 8,25% para PETR4.
Com isso, a Petrobras chegou a perder mais de R$ 49,5 bilhões de valor de mercado, passando de R$ 548,5 bilhões do fechamento de ontem, para R$ 499 bilhões no pior momento da sessão desta quarta.
Por volta das 13h28 (horário de Brasília), a PETR3 caía 7,36%, a R$ 39,77, enquanto a PETR4 recuava 6,41%, cotada a R$ 38,25.
A demissão de Prates pegou o mercado de surpresa e, segundo especialistas ouvidos pelo BP Money, criou uma onda de incertezas quanto ao futuro da empresa, principalmente em relação à distribuição de dividendos.