A Petrobras (PETR4) viu seu retorno anual reduzir de 17,7% para 10,58% após a decisão do presidente Lula de substituir Jean Paul Prates por Magda Chambriard no comando da estatal. É que aponta um estudo conduzido pela consultoria Elos Ayta.
O declínio resultou na queda de três posições da Petrobras (PETR4) entre as petroleiras globais de capital aberto, após uma desvalorização de mercado de aproximadamente R$ 35 bilhões, uma reação do mercado à mudança na presidência da empresa.
Com uma capitalização de mercado atual de R$ 512 bilhões, a estatal agora ocupa o oitavo lugar em termos de retorno das ações em comparação com suas concorrentes do setor, uma queda significativa considerando que iniciou a semana como a quinta colocada.
O levantamento ainda destacou que a petroleira brasileira perdeu terreno para empresas como a Canadian Natural Resources, Shell e Phillips 66, uma multinacional americana com sede em Westchase, Houston. O estudo foi realizado por Einar Riviero, a pedido do Valor.
As petroleiras com os maiores retornos no ano são a francesa Total Energies, com 23,89%, seguida pela Valero Energy dos Estados Unidos, com 22,24%, e pela Exxon Mobil, também americana, com 20,68%.
Estatal teria falha na governança
O presidente da Amec, Fábio Coelho, que representa investidores com cerca de R$ 900 bilhões em mandatos de investimento na bolsa brasileira, comentou que a queda nas ações da Petrobras (PETR4) reflete apenas superficialmente os problemas da empresa.
Ele apontou falhas graves nos processos de governança da estatal, incluindo o papel insuficiente do conselho de administração na escolha de executivos, a ausência de um processo sucessório claro e a falta de uma prática organizada na alta gestão da empresa.
“E uma das consequências é uma mudança da base acionária, com investidores relevantes saindo e isso não se captura no preço das ações”, diz.