Investidores aguardavam ansiosos a divulgação do Plano Estratégico 2025/29 da Petrobras (PETR3;PETR4), levando os papéis da companhia a subirem diante das expectativas positivas de investimentos e pagamentos.
O destaque ficou por conta dos dividendos: a Petrobras informou o pagamento de US$ 45 bilhões (R$ 258 bilhões na conversão atual) em dividendos ordinários e pagamentos extraordinários de US$ 10 bilhões (R$ 57 bilhões na conversão atual) ao longo do período.
“Os dividendos foram o principal ponto positivo. No plano anterior, o dividendo ordinário ficava numa faixa de US$ 37 a US$ 45 bilhões, agora, o ponto mínimo aumentou e foi pra US$ 45 bilhões. O mercado esperava dividendos extraordinários na ordem US$ 4 a US$ 6 bilhões, veio US$ 10 bilhões, o que o deixou animado”, destacou Bruno Corano, Economista da Corano Capital.
Carlos Braga Monteiro, CEO do Grupo Studio, destacou ainda os principais fatores que podem favorecer ou ameaçar o pagamento de dividendos da Petrobras nos próximos 12 meses.
“Entre os fatores favoráveis, estão a forte geração de caixa, que alcançou R$ 62,7 bilhões – um dos seis maiores trimestres da história da companhia –, e o endividamento sob controle, com dívida líquida reduzida para US$ 44,3 bilhões. Além disso, o aumento nas vendas de derivados ajudou a compensar a queda no preço do Brent, contribuindo para um Ebtida ajustado de R$ 64,4 bilhões, o que reforça a política de dividendos da empresa”, pontuou Carlos.
No entanto, alguns riscos foram apontados, incluindo a volatilidade do preço do Petróleo Brent, que pode impactar as margens caso novas quedas ocorram.
“Investimentos crescentes em expansão, com CAPEX de US$ 10,9 bilhões até o momento, também podem limitar a distribuição de dividendos, assim como a exposição da Petrobras a oscilações cambiais, que afetam o custo de sua dívida e sua margem de lucro”, ressaltou Carlos.
Mais detalhes sobre o Plano Estratégico da Petrobras
Bruno Corano destacou ainda o aumento dos investimentos em relação ao plano anterior. A Petrobras (PETR3;PETR4) anunciou uma previsão de investimentos de US$ 111 bilhões (R$ 63,47 bilhões na cotação atual) para o período.
“Aumentou o investimento em outras vertentes de negócio como refino, transporte, comercialização, petroquímica e fertilizantes. Alguns segmentos, historicamente, apresentaram prejuízos pra empresa no passado. Mas, no geral, veio bem em linha com a expectativa do mercado, crescimento de 9% em relação ao plano anterior”, disse.
O economista chamou atenção ainda para a possibilidade de liberação do Ibama para exploração da Margem Equatorial.
“Isso seria uma surpresa muito positiva, uma mudança de patamar para a empresa. Caso não aconteça, a empresa terá que ter uma gestão de custos muito bem feita, pois a produção tem limite para aumentar. A partir de 2027 começaria a ficar mais complicada a geração tão forte de caixa e o pagamento de dividendos gordos”, afirmou Corano.