
A presidente da Petrobras (PETR4), Magda Chambriard, afirmou que recebeu uma “encomenda” do governo para impulsionar o PIB (produto interno bruto) e convocou uma aproximação da indústria, em seu discurso na abertura do Fórum Brasil de Energia.
O evento ocorreu nesta terça-feira (4), na sede da Firjan (Federação das Indústrias do Estado do Rio de Janeiro).
“Estejam preparados, porque estamos pisando no acelerador”, disse Chambriard, chamando a indústria para ajudar a companhia a gerar retorno à população. “Não podemos crescer sozinhos, precisamos da indústria nacional e internacional para nos atender prontamente”, disse a presidente.
Uma das apostas da petroleira é a ampliação de seu parque de refino. De acordo com a dirigente, o investimento requer “dezenas de milhares” de trabalhadores de todos os estados onde a Petrobras está presente. “Vamos buscar acréscimo de 200 mil barris de derivados”, completou.
Outra frente de investimentos está na produção de fertilizantes e biocombustíveis, especialmente o etanol e o biodiesel, que, segundo Chambriard, seria “o combustível do presente”.
“Com isso, estamos fundindo o setor petróleo com o agronegócio, já vínhamos fazendo isso com o etanol e vamos fazer com o biodiesel”, disse a executiva. “Diesel coprocessado (com mistura de óleo vegetal e diesel fóssil) é meu chuchuzinho”, acrescentou.
A presidente afirmou, ainda, que a conclusão do primeiro trem da Rnest (Refinaria Abreu e Lima) colocou 25 mil barris de diesel por dia no mercado e a Petrobras já está em processo de licitação do segundo trem.
Gasolina e diesel: defasagem dispara e aumenta risco de reajuste turbinar inflação
O forte avanço do preço do petróleo no mercado internacional, impulsionado pelo pacote de sanções contra o setor energético russo, chega ao Brasil em um momento em que a Petrobras (PETR4) opera com preços significativamente defasados, alcançando níveis que, em 2023, levaram a empresa a reajustar o diesel em 25% e a gasolina em 16%.
Um eventual aumento — para reduzir ou eliminar essa defasagem — pode impactar a inflação de 2025, especialmente em fevereiro. No entanto, a medida traria alívio para importadores e produtores de etanol, que vêm perdendo espaço nos postos de abastecimento devido aos preços estagnados dos dois combustíveis.
De acordo com a Abicom (Associação Brasileira dos Importadores de Combustíveis), a defasagem média do diesel nas refinarias da Petrobras, em relação ao preço praticado no Golfo do México, chegou a 22% na última sexta-feira, enquanto a da gasolina foi de 13%.
Mesmo na Refinaria de Mataripe, que ajusta seus preços semanalmente, o óleo diesel está sendo vendido 11% abaixo do mercado internacional, enquanto a gasolina apresenta um preço 7% inferior.