A Petz (PETZ3) registrou o melhor desempenho em vendas do ano no último trimestre de 2024, mas viu seu resultado final ser impactado negativamente por eventos não recorrentes e despesas financeiras.
O prejuízo da companhia foi agravado por uma redução no valor de dois ativos, gerando um impacto de R$ 36,6 milhões, e por uma variação cambial de R$ 12,8 milhões decorrente de um “swap”, embora esse impacto não tenha afetado o fluxo de caixa.
Em termos operacionais, a receita líquida da companhia cresceu 7,1%, totalizando R$ 878,7 milhões em comparação com o mesmo período de 2023.
As despesas operacionais, por outro lado, aumentaram de forma mais modesta, 5,9%, atingindo cerca de R$ 334 milhões, com uma leve melhoria na alavancagem operacional.
No entanto, o impacto desses fatores levou a Petz a registrar um prejuízo líquido de R$ 43,1 milhões no trimestre, revertendo o lucro de R$ 5,1 milhões obtido no ano passado.
Petz (PETZ3): lucro ajustado cresce, mas sem previsão de alta orgânica em 2025
A Petz (PETZ3) reportou um lucro líquido ajustado que exclui elementos como a atualização das contas a pagar devido à aquisição, o impacto do “swap”, e o plano de opção de compra de ações, entre outros ajustes.
Ao descontar esses efeitos, a empresa teve um aumento de 49,7% no lucro, alcançando R$ 22,3 milhões.
Para 2025, a companhia não espera crescimento orgânico em relação a 2024, já que está aguardando avanços no processo de fusão com a Cobasi, que está sendo analisado pelo CADE, o órgão de defesa da concorrência, conforme apuração do Valor.
As vendas “mesmas lojas” (aquelas em operação por mais de 12 meses) cresceram 5,1%, marcando o melhor trimestre do ano — um contraste com o desempenho do primeiro semestre, quando esse indicador havia registrado queda. Quase 80% das lojas da rede estão localizadas nas regiões Sul e Sudeste.
A melhoria no desempenho já havia sido sinalizada pela empresa no final do primeiro semestre, e foi confirmada com a divulgação dos resultados nesta quinta-feira (20).
Segundo a empresa, “ficamos mais competitivos com mudanças em nossa política comercial desde o segundo trimestre. Também incluímos linhas de produtos com preços de entrada, para trazer o consumidor que não frequentava a Petz no passado.
E a nossa inflação interna ainda foi negativa em 0,8%, sem repasse de inflação, ganhamos volume”, afirmou a companhia.
A receita do grupo foi impulsionada pela alta de 9% nas vendas ao consumidor, mas a demanda no segmento B2B não foi positiva, com queda de cerca de 28% nas vendas para empresas.
No setor físico, as lojas tiveram um crescimento de 11,4%, bem acima do digital, que avançou 6,4%, refletindo o cenário competitivo mais acirrado nos marketplaces.
Esse movimento é oposto ao que foi observado nos trimestres anteriores, quando o digital, apesar de margens menores, teve crescimento superior ao das lojas físicas.