Véspera de balanço

RADL3 sobe mais de 8% com estreia de canetas emagrecedoras

Por volta das 16h13 (horário de Brasília), os papéis RADL3 registravam alta de 8,61%.

RD Saúde é responsável pelas farmácias Raia e Drogasil. (Foto: reprodução/Guia da Farmácia)
RD Saúde é responsável pelas farmácias Raia e Drogasil. (Foto: reprodução/Guia da Farmácia)

As ações da Raia Drogasil (RADL3) operam em forte alta nesta segunda-feira (4) e lideram a lista de maiores ganhos do Ibovespa. Por volta das 16h13 (horário de Brasília), os papéis RADL3 registravam alta de 8,61%.

A dona das redes de farmácias Raia e Drogasil é impulsionada pela expectativa de comercialização dos medicamentos genéricos do Ozempic a partir do segundo semestre de 2026 e pelos resultados do segundo trimestre de 2025 (2T25), disse o Money Times.

A divulgação do balanço está prevista para a terça-feira (5), depois do fechamento do mercado.

Os genéricos do Ozempic

De acordo com o Itaú BBA, a RD Saúde é uma das principais beneficiadas pela comercialização de genéricos do Ozempic.

O primeiro genérico brasileiro de uma caneta emagrecedora começou a ser vendido nesta segunda-feira (4). As redes Raia, Drogasil, Drogaria São Paulo e Pacheco eram as citadas para receber as primeiras remessas do produto.

Fabricado pela farmacêutica EMS, o Olire tem como princípio ativo a liraglutida (o mesmo do Saxenda, da Novo Nordisk) cuja patente expirou no Brasil em novembro de 2024.

Embora a liraglutida seja diferente da semaglutida (composto ativo por trás do Ozempic e do Wegovy) o Olire pode oferecer uma prévia do que esperar quando os genéricos do Ozempic chegarem ao mercado no próximo ano.

Apesar das expectativas, o Itaú BBA não espera um grande impacto do Olire nas vendas de drogarias. Isso porque a liraglutida representa uma parcela pequena do mercado brasileiros, de cerca de R$ 5,5 bilhões.

“Na RD Saúde, por exemplo, estimamos que Wegovy/Ozempic respondam por cerca de 5% das vendas, enquanto a contribuição do Saxenda é muito menor”, afirmou a equipe liderada por Rodrigo Gastim em relatório.

Para eles, a “verdadeira mudança” virá no segundo semestre de 2026, quando a Novo Nordisk deve perder a patente do Ozempic no Brasil. Até o momento, várias farmacêuticas do país já estão de olho nesse momento, como a EMS, Cimed, Hypera e Biomm.

“Na RD, os medicamentos genéricos em média têm uma margem bruta de 50% a 55%, mas a semaglutida é uma molécula complexa, o que pode limitar tanto a alta das margens quanto os cortes de preços”, afirmou o analista em relatório.

RD Saúde: 2T25

O banco Citi espera que a RD Saúde entregue um resultado melhor do que o esperado pelo mercado no 2T25. O banco estima uma aceleração do lucro bruto e controle das despesas operacionais, mesmo com as margens ainda pressionadas.

Os analistas Leandro Bastos e Renan Prata avaliaram que as ações da companhia continuarão a enfrentar uma série de preocupações, como a concorrência do comércio eletrônico (e-commerce).

“Para aliviar essa pressão, a RD precisará manter a combinação de aceleração da receita com disciplina em despesas, reforçando a consistência dos resultados nos próximos trimestres”, diz Bastos em relatório. 

BTG Pactual também espera que os resultados da RD Saúde continuem pressionados pela concorrência do e-commerce mais acirrada no segmento de higiene, beleza e cuidados pessoais. 

A instituição financeira espera que a receita líquida da companhia cresça 11% na base anual, com a alta de 6% nas vendas nas mesmas lojas (SSS) consolidadas. A margem Ebitda, por sua vez, deve cair 100 pontos-base na comparação ano a ano.

Segundo o consenso da Bloomberg, os analistas estimam um lucro líquido de R$ 297 milhões no 2T25,  uma queda de 16,6% na comparação anual.