
A Raízen (RAIZ4) decidiu retornar ao foco em seus negócios principais — produção de açúcar, etanol, bioenergia e distribuição de combustíveis. A afirmação foi feita pelo CEO da companhia, Nelson Gomes, ao comentar os resultados do quarto trimestre fiscal, no qual a empresa registrou um prejuízo de R$ 2,5 bilhões, fazendo a dívida líquida ultrapassar os R$ 30 bilhões.
O comentário ocorre no momento em que a Raízen inicia a moagem da safra 2025/26, ciclo que será impactado pelo clima seco em 2024 e pelas queimadas do ano passado. Segundo a companhia, alguns canaviais não conseguiram se recuperar dos efeitos do fogo.
Paralelamente, a empresa busca reduzir seu endividamento por meio da venda de ativos, em um cenário econômico marcado por juros elevados e maior seletividade de investimentos.
Gomes destacou que a empresa já realizou mudanças estratégicas, incluindo trocas em posições de liderança, ajustes na cultura corporativa e foco na disciplina financeira.
Foco é no Core Business e Redução de Endividamento
“Se eu puder resumir, o que esperar da Raízen nesta safra é foco no core business, disciplina na simplificação dos nossos negócios — tanto na operação de EAB (etanol, açúcar e bioenergia) quanto na de distribuição de combustíveis —, redução de despesas, racionalização de todos os nossos investimentos e, por último, e não menos importante, a redução do endividamento”, afirmou o executivo, segundo o InfoMoney.
A expectativa da companhia — que é a maior processadora de cana do mundo e uma das principais distribuidoras de combustíveis no Brasil — é processar entre 72 milhões e 75 milhões de toneladas de cana em 2025/26. O volume representa uma queda frente ao ciclo 2024/25 (78,2 milhões de toneladas), que já havia recuado em relação a 2023/24 (84,2 milhões de toneladas).
Raízen (RAIZ4) tem prejuízo de R$ 2,5 bi no 4º trimestre de 2024 da safra
A Raízen (RAIZ4) encerrou o quarto trimestre da safra 2024/25, correspondente aos meses de janeiro a março de 2025, com um prejuízo líquido de R$ 2,51 bilhões — quase o triplo da perda registrada no mesmo intervalo do ano anterior, que havia sido de R$ 878,6 milhões.
O desempenho anual também deteriorou: no acumulado de 12 meses, a companhia saiu de um lucro de R$ 614,2 milhões na safra anterior para um prejuízo líquido de R$ 4,18 bilhões.
Apesar de a receita líquida ter avançado 7,5% no trimestre e atingido R$ 57,7 bilhões, a rentabilidade foi duramente impactada.