As ações da Raízen (RAIZ4) operam em forte alta nesta segunda-feira (18), impulsionadas pela notícia de que a Petrobras (PETR4) avalia uma entrada estratégica na companhia, joint venture entre a Cosan (CSAN3) e a Shell, como parte de seu plano de retorno ao mercado de etanol e de expansão em energia renovável. Às 11h02, as ações da empresa subiam 10,52%, a R$ 1,15.
Segundo apuração do jornal O Globo, as alternativas em estudo incluem a aquisição de ativos ou a compra de participação acionária, com decisão prevista até o fim de 2025. A Raízen, maior produtora mundial de etanol de cana-de-açúcar, controla 29 usinas e uma rede de mais de 8 mil postos Shell, porém registrou um prejuízo de R$ 1,8 bilhão diante de desafios setoriais.
O movimento pode reforçar a estratégia de diversificação da Petrobras, mas encontra obstáculos como a cláusula de não competição com a Vibra (VBBR3), válida até 2029. A iniciativa corrobora com o plano 2025/2029 da estatal, que prevê US$ 111 bilhões em investimentos, sendo US$ 2,2 bilhões destinados ao etanol, com prioridade para parcerias que acelerem a escala de atuação.
Para o Bradesco BBI, o movimento pode gerar cautela entre investidores para a Petrobras, já que o setor é historicamente volátil e apresenta margens baixas em um mercado doméstico cada vez mais abastecido por etanol de milho. Para eles, qualquer investimento da Petrobras na Raízen deveria excluir a área de distribuição, devido às cláusulas de não competição firmadas com a Vibra no segmento de combustíveis.
De volta ao mercado de etanol: Petrobras avalia investimento na Raízen
A Petrobras (PETR4) estuda investir na Raízen (RAIZ3), joint venture da Cosan (CSAN3) e Shell, como parte de sua estratégia de retorno ao mercado de etanol, segundo o jornal O Globo.
Entre as alternativas estão a aquisição de participação na empresa ou a compra de ativos específicos, com decisão prevista até o fim de 2025.
A Raízen é uma das maiores produtoras brasileiras de etanol de cana-de-açúcar e a única no mundo a produzir etanol de segunda geração em escala comercial, com 29 usinas.
Além disso, atua na distribuição de combustíveis sob a marca Shell no Brasil, Argentina e Paraguai, com mais de 8 mil postos revendedores.
No primeiro trimestre da safra 2025/26, a companhia registrou prejuízo líquido de R$ 1,8 bilhão, após lucro de R$ 1,1 bilhão no mesmo período da safra anterior, impactada por deterioração operacional.
Fontes consultadas pelo jornal destacam que a Petrobras busca inicialmente ter presença relevante no mercado de etanol e avalia formas de entrar na Raízen sem violar a cláusula de não competição com a Vibra (antiga BR Distribuidora) até 2029.
Estratégias e Movimentações da Petrobras
Entre as opções estudadas estão segregação de ativos ou acordos de gestão específicos.
Especialistas veem a entrada da Petrobras como um possível primeiro passo para seu retorno à distribuição de combustíveis, movimento recentemente sinalizado pela presidente da estatal, Magda Chambriard.
Para a Cosan, a busca por novos sócios visa fortalecer o portfólio e reduzir endividamento.
No segundo trimestre, registrou prejuízo de R$ 946 milhões e dívida de R$ 17,5 bilhões, ante perda de R$ 227 milhões no mesmo período de 2024/25.
Cosan, Raízen e Petrobras não comentaram publicamente as negociações.