
O ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira (PSD), voltou a criticar, recentemente, os preços do gás natural no Brasil. O ministro classificou os valores praticados como “absurdos” e apontou os impactos negativos sobre setores industriais com alto consumo de energia, como siderurgia, petroquímica e cerâmica.
“O preço do gás natural no Brasil é absurdo e prejudica nossa indústria intensiva em energia”, afirmou Silveira durante um evento promovido pela Fiesp (Federação das Indústrias do Estado de São Paulo), em São Paulo. As informações são do Investing.
Críticas aos preços do gás natural e impactos na indústria
Silveira defendeu o aumento da oferta interna como caminho para reduzir os preços. Segundo ele, o Brasil reinjeta nos poços o dobro da média global de gás natural, o que restringe o volume disponível no mercado e contribui para manter os valores elevados.
“Não há justificativa para isso. É importante que a Petrobras (PETR4) tenha consciência da importância de ampliar a oferta de gás”, declarou.
O Caso da Vale e a ‘Briquetagem’ do minério de ferro, segundo Silveira
Como exemplo de como o atual cenário afeta a indústria, o ministro mencionou a Vale (VALE3). “O sonho nosso é que o setor mineral, pelo menos na sua primeira etapa, que é a briquetagem do minério, fosse feita no Brasil. Hoje, o índice é extremamente pequeno: menos de 15% do nosso minério de ferro é briquetado no Brasil”, afirmou.
Na sua perspectiva, isso ocorre por conta do preço do combustível. “Vamos exigir da Vale que briquete no Brasil com o gás a US$ 14 por milhão de BTU (equivalente a 26,8 metros cúbicos), sendo que ela tem esse mesmo gás a US$ 4 em Omã?”, questionou.
As declarações acontecem em meio ao aumento da pressão de empresários e industriais por uma reforma na estrutura de preços do insumo, considerado um dos principais entraves à retomada da competitividade da indústria nacional.