Reajuste

Suzano vai elevar preços da celulose a partir de setembro

Maior fabricante de celulose de eucalipto do mundo vai elevar preços da commodity para China e países asiáticos

Suzano
Suzano / Divulgação

A Suzano (SUZB3) está comunicando a clientes em todos os mercados sobre reajustes nos preços da celulose a partir de setembro, disse uma fonte à agência britânica de notícias, Reuters, nesta quinta-feira (21). 

A companhia, maior fabricante de celulose de eucalipto do mundo, vai subir os preços da commodity em US$20 para clientes na China e demais países asiáticos.

Na Europa e nos EUA, os aumentos serão de US$ 80 por tonelada. Na Europa, o preço médio do produto irá para US$ 1.080 a tonelada. Procurada pela Reuters, a Suzano confirmou o reajuste, sem dar detalhes sobre os valores.

O reajuste nos preços da commodity vem alguns dias após a Suzano aplicar um aumento de US$ 20 para clientes asiáticos com efeito imediato.

Na ocasião, o vice-presidente de celulose da Suzano, Leonardo Grimaldi, afirmou em teleconferência com analistas sobre os resultados da empresa no segundo trimestre que as encomendas em julho tinham atingido níveis “excepcionalmente altos” e que o padrão sugere um movimento de reestocagem.

“Vemos um cenário que suporta preços maiores”, disse Grimaldi na ocasião, citando que “tendências similares poderiam se seguir nos próximos meses” sobre os outros mercados para além da Ásia.

Suzano se safa de tarifaço e BTG vê alta de 40% nas ações

isenção de 694 produtos das tarifas de 50% contra o Brasil impostas pelos EUA anunciada na quarta-feira (30) pelo presidente americano Donald Trump, está fazendo muitos investidores dormirem aliviados. As exceções englobam boa parte das exportações brasileiras, incluindo itens fundamentais para muitas companhias da Bolsa.

Suzano (SUZB3) reagiu muito bem, já que estava entre as mais penalizadas desde o anúncio do tarifaço no início do mês. Ela exporta celulose para os EUA. Agora, a commodity (madeira de lei de eucalipto) está fora da retaliação.

BTG Pactual destaca em relatório que a companhia seria uma das mais impactadas pela medida, porque possui quase 15% de sua receita atrelada aos EUA. Com a isenção da celulose, não precisará desviar os volumes de exportação para outros mercados, tornando mais desafiador em um momento de baixa demanda global, diz o banco.

O banco reiterou a recomendação de compra para a SUZB3, com preço-alvo de R$ 73 por ação. Isso representa um potencial de valorização de 40,8% em relação ao preço de fechamento da véspera.

A decisão de Trump em relação à celulose é tida como razoável pelo BTG. Segundo dados da Fastmarkets, os EUA importam anualmente 2,8 milhões de toneladas de celulose de fibra curta; 80% desse montante vem do território brasileiro. “A imposição de uma tarifa de 50% poderia ter um impacto significativo sobre os consumidores finais, gerando uma pressão inflacionária”, destaca o relatório.