
As conversas entre os controladores da Alliança Saúde e o BTG Pactual foram confirmadas pela companhia após questionamento do mercado.
A empresa informou que seus acionistas permanecem “constantemente atentos” a operações e oportunidades, o que, segundo eles, motivou a avaliação da possível contratação do banco como assessor.
A manifestação foi enviada em resposta à publicação do Blog do Lauro Jardim, de 30 de novembro de 2025. No texto, foi relatado que Nelson Tanure teria contratado o BTG para vender ou buscar um sócio para a Alliança, movimento que, conforme o colunista, poderia atingir R$ 4 bilhões.
Em seguida, foi informado pela companhia que seus controladores foram consultados sobre o assunto. Foi dito por eles que discussões existem, mas que nenhum instrumento, mandato ou acordo foi firmado. Assim, ficou indicado que as tratativas permanecem preliminares.
Alliança afasta negociações e diz não haver fato relevante
Além disso, foi negada pelos controladores qualquer negociação com terceiros interessados. Também foi negada a definição de valores, o que contrapôs diretamente o que havia sido divulgado pela coluna.
Diante desse cenário, foi afirmado pela Alliança que não há, por ora, fato relevante a ser comunicado. Foi acrescentado ainda que o mercado será mantido informado sobre qualquer evolução significativa, conforme a regulamentação aplicável.
Histórico de expansão e mudanças internas
Mudanças relevantes na liderança da Alliança Saúde foram registradas meses depois de o empresário Nelson Tanure ter consolidado sua posição no grupo.
Isso porque, após a OPA (oferta pública de aquisição) concluída em 2023, passou a ser detida por ele uma fatia de 93,3% do capital da companhia e, como consequência desse movimento, foi reforçado o controle sobre a antiga Alliar Médicos à Frente, adquirida em 2021.
Com esse avanço, foi promovido em seguida o reposicionamento que deu origem à Alliança Saúde, formada atualmente por mais de 120 unidades e marcas como os laboratórios CDB e a Rede Brasileira de Diagnósticos (RDB).
Como parte dessa reorganização, foi anunciada em junho a substituição na presidência da empresa, sendo o cargo assumido por Ricardo Sartim no lugar de Isabella Tanure, que permaneceu como presidente do conselho de administração.
Aquisição no Nordeste reforça expansão da companhia
Além disso, outro passo de expansão foi comunicado em julho, quando a compra do Grupo Meddi foi anunciada pela Alliança. A rede baiana, fundada há mais de 40 anos pelo médico José Antônio Barbosa, foi avaliada em R$ 252 milhões, em uma operação estruturada em ações e parcelas financeiras previstas ao longo de cinco anos.
Ainda de acordo com a informação, o negócio aguarda aprovação do Cade e dos acionistas. Com essa aquisição, será reforçada a presença da Alliança no Nordeste, passando a ser reunidas 96 unidades em 32 municípios e ampliadas as áreas de atuação em análises clínicas, imagem, medicina nuclear e vacinação.