
Após registrar alta de 11% no lucro líquido, alcançando US$ 2,68 bilhões no terceiro trimestre de 2025, a Vale (VALE3) viu suas ações avançarem na Bolsa brasileira. O resultado foi divulgado na quinta-feira (30), após o fechamento do pregão.
Nas negociações desta sexta-feira (31), os papéis chegaram a subir mais de 2%, mas a alta arrefeceu ao longo do dia. Por volta das 13h48 (horário de Brasília), as ações da companhia eram negociadas a R$ 64,88, alta de 1,68%.
Segundo especialistas, o balanço fortaleceu a estabilidade operacional da mineradora. “O resultado do 3º trimestre confirma a solidez operacional da companhia, que entregou lucro de US$ 2,68 bilhões e receita robusta em um ambiente global ainda volátil”, comentou Fabio Murad, CEO da Spacemoney Investimentos.
Murad acrescentou que a alta de 11% no lucro anual e a evolução de 27% no trimestre mostram um negócio resiliente, com disciplina nos investimentos e controle de custos.
Maturidade e eficiência garantem sustentabilidade financeira da Vale (VALE3)
Gabriel Padula, CEO do Grupo Everblue, destacou que o balanço da mineradora demonstra consistência: “A redução de custos e o ganho de eficiência revelam uma gestão madura e disciplinada. Para o mercado de crédito, é um sinal claro de solidez e geração de caixa sustentável”.
O especialista Marcelo Bolzan, planejador financeiro e sócio da The Hill Capital, observou a correlação do preço do minério com o crescimento global, especialmente da China: “Temos uma expectativa positiva para o PIB [Produto Interno Bruto] chinês, e esse crescimento deve impulsionar o preço das ações”.
Padula ainda destacou a preparação da companhia para o futuro: “A Vale vem ampliando presença em metais estratégicos ligados à transição energética, mantendo foco em responsabilidade e visão de longo prazo”.
Ebitda da mineradora supera projeções e avança 17%
O Ebitda (Lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização, na sigla em inglês) ajustado proforma totalizou US$ 4,4 bilhões, expansão de 17% em relação ao mesmo período de 2024 e acima da expectativa de US$ 4,1 bilhões.
De acordo com a Vale, o uso do Ebitda proforma reflete uma metodologia que busca eliminar distorções provocadas por itens extraordinários — como provisões e pagamentos não recorrentes.
O cálculo parte do Ebitda ajustado, mas desconsidera efeitos ligados ao rompimento de Brumadinho, à descaracterização de barragens e outros eventos pontuais. O Ebitda ajustado, no entanto, continua sendo o indicador adotado para a definição de dividendos.