Câmbio

Vale (VALE3) e os impactos das tarifas dos EUA; CFO responde

Atualmente, a Vale exporta de 1% a 2% de sua produção para os EUA

Vale (VALE3)
Foto: Vale/Divulgação

A Vale (VALE3) não deverá ser significativamente afetada pelas tarifas de 50% impostas pelos EUA ao Brasil, afirmou o CFO da companhia, Marcelo Bacci, durante painel na Expert XP neste sábado (26).

Apesar disso, Bacci alertou que o aumento da taxação pode influenciar o câmbio e os juros, gerando volatilidade que impacta a operação da mineradora.

Atualmente, a Vale exporta de 1% a 2% de sua produção para os EUA. A relação comercial é mais intensa entre EUA e Canadá, onde a empresa possui minas de níquel.

“O impacto pode vir da volatilidade, que atinge qualquer exportador. Isso pode afetar o câmbio”, afirmou o CFO, segundo o MoneyTimes.

Para se proteger da oscilação do dólar, a companhia adota estratégias de hedge e mantém um nível baixo de endividamento.

“Quem trabalha com commodities não pode ter só um plano A. Você não controla o preço, e ainda estamos no Brasil, onde há câmbio e juros. É preciso ter princípios — e não operar com muita alavancagem”, acrescentou Bacci.

Ele também destacou que a alta do dólar favorece a receita da companhia, já que o minério é vendido em dólar, enquanto a maior parte dos custos é em reais.

Estratégias da Vale e o cenário do minério de ferro

“É necessário ter uma estrutura de capital leve e trabalhar com liquidez. Você nunca sabe como os preços vão se comportar”, afirmou.

Em 2024, o minério de ferro registra queda nos preços, com receios sobre o desaquecimento da economia chinesa. No segundo trimestre, o preço médio realizado dos finos de minério de ferro foi de US$ 85, recuo de 13,3% em relação ao mesmo período do ano anterior, principalmente devido à redução dos preços de referência.

No atual cenário, segundo o executivo, o foco da Vale é manter a trajetória sob controle.

“Estamos em uma tendência de queda. Todo mundo gosta de crescer, mas ninguém quer cortar custo. A grande diferença está justamente nos custos. Divulgamos metas de redução e acreditamos que o investimento também pode ser mais eficiente. Sobrevive quem for mais eficiente”, concluiu.