Os papéis da Wilson Sons (PORT3) despencam nesta segunda-feira (21), após a companhia anunciar que a sua controladora, OW Overseas (Investments) Limited, vendeu o equivalente a 56,47% do capital social da empresa para a MSC, líder mundial em transporte de contêineres.
Por volta das 12h40 (horário de Brasília), as ações da Wilson Sons caíam 10,03%, cotadas a R$ 16,06.
O valor da operação foi de R$ 17,50, totalizando R$ 4,352 bilhões. Segundo fato relevante, a expectativa é que a operação seja concluída durante o segundo semestre de 2025.
Uma vez concluída a operação, o comprador realizará uma OPA (oferta pública de aquisição) das ações de emissão da Wilson Sons remanescentes, pelo mesmo preço e nas mesmas condições oferecidas ao vendedor.
Avaliações da aquisição da Wilson Sons (PORT3)
Para os analistas do Bradesco BBI, Victor Mizusaki e Andre Ferreira, a MSC ofereceu um valor menor do que o esperado e com desconto sobre o montante que a rival CMA-CGM deu para comprar o controle da Santos Brasil.
Eles esperavam uma oferta entre R$ 20 e R$ 24 por ação da Wilson Sons, o que abre a possibilidade de uma disputa com a gestora I Squared Capital, que deve lançar oferta pelas ações da empresa.
O BBI destaca, porém, que o desconto é merecido, dado que a Wilson Sons não é uma operadora de terminal de contêineres pura e as outras divisões, como rebocadores e navios de apoio offshore de petróleo, são negociadas a múltiplos menores.
O banco destaca que mesmo que a Ocean Wilsons não participe da oferta da I Squared Capital, seja por desinteresse ou valor elevado de multa para sair do acordo com a MSC, faz sentido para a gestora uma oferta para comprar as ações em circulação.
O Bradesco BBI reiterou a recomendação de compra para a Wilson Sons, com um preço-alvo de R$ 24,00 para o ano fiscal de 2025.
Na visão dos analistas Alejandro Demichelis, Pedro Baptista e Matthew Hose, do Jefferies, os termos do acordo que a Ocean Wilsons, controladora da Wilson Sons, assinou com a Mediterranean Shipping Company (MSC) são positivos e ajudam a destravar valor.
Por outro lado, eles destacam que as ações da Wilson Sons sobem 66% desde outubro de 2021, quando fez uma reestruturação, superando materialmente o desempenho do Ibovespa. Com o anúncio do acordo, portanto, a atratividade das ações da companhia caem.
O banco acredita, porém, que mesmo com o preço da operação já tendo sido colocado nas ações pelos investidores, o anúncio que parte do dinheiro a ser pago pela MSC será distribuído em dividendos ao longo do próximo ano deve animar investidores.
O acordo permitirá que a Wilson Sons pague aos seus acionistas os dividendos aprovados no último dia 11 de outubro e continue pagando dividendos em montantes equivalentes a US$ 22 milhões por trimestre até a conclusão da operação.
O Jefferies cortou a recomendação de Wilson Sons de compra para neutra e o preço-alvo de R$ 20,80 para R$ 18,30.