Recuperação Judicial

123milhas cria site para consumidores cobrarem os valores devidos

A medida foi implementada a pedido da Justiça de Minas Gerais

123Milhas / Divulgação
123Milhas / Divulgação

A empresa 123milhas lançou um site destinado a centralizar os dados de todos os consumidores prejudicados e com valores a receber pelos pacotes de viagem vendidos, mas não disponibilizados. Esta medida foi implementada a pedido da Justiça de Minas Gerais.

De acordo com o Procon-SP, que atua como amicus curiae no processo de recuperação judicial da empresa, o site aceitará todos os documentos que comprovem as compras realizadas pelos consumidores, tais como e-mails com confirmação de pagamento, faturas de cartão de crédito, e-mails da empresa confirmando a contratação do pacote, entre outros.

O Procon-SP também declarou que solicitará a inclusão de todos os dados dos consumidores que registraram reclamações na época e que já foram enviados para o processo de recuperação judicial no referido site.

“No entendimento do Procon-SP, esta medida é importante para que os consumidores que já cadastraram suas reclamações no órgão, à época, não tenham que refazer todo o procedimento, além de considerar a possibilidade de que estes possam não ser informados sobre o novo site e, desse modo, percam prazos ou sejam excluídos do processo”, diz, em nota.

Os clientes da 123milhas devem acessar o site https://administracaojudicial.kpmg.com.br/habilitação.

Relembre o caso de RJ da 123milhas

O pedido de recuperação judicial da 123milhas foi aprovado pela 1ª Vara Empresarial de Belo Horizonte em 31 de agosto. Com dívidas totalizando R$ 2,3 bilhões, a plataforma de turismo solicitou a suspensão, por 180 dias, de ações movidas por credores e consumidores na Justiça após a interrupção de seus serviços.

No mesmo período, a MaxMilhas, outra empresa dos irmãos Ramiro e Augusto Júlio Soares Madureira, também entrou em recuperação judicial.

Durante a pandemia da covid-19, entre 2020 e 2021, ambas as empresas utilizaram a venda de milhas como uma estratégia de capitalização. No entanto, como as próprias companhias vendiam as milhas e determinavam a quantidade necessária para adquirir passagens, isso acabou inflacionando o mercado.