
Neste momento em que se vive uma avalanche de informações, a 99 convidou Ricardo Cappra, fundador da organização internacional Cappra Institute, para discutir como a IA (inteligência artificial) influencia o mercado da comunicação, superapps e outros setores.
Em seu discurso, Cappra afirmou que a questão não é definir o que é a IA, mas entender que cada pessoa vai lidar com o sistema de uma forma. Seu discurso ressaltou que “ela [a IA] é feita toda da mesma coisa”.
“Ela veio de BI, de análise de dados, veio do Big Data. Ela veio de modelos de ciência de dados para que a gente pudesse lidar com a informação em tempo real”, explicou.
Esse movimento, segundo ele, se ramificou e se transformou em algoritmos. “Quem está moldando essa agência artificial para a nossa memória são as pessoas. Inclusive, quando a gente fala de decisões autônomas, a gente tem que entender que isso veio do processo evolutivo. A gente lá atrás, no processo decisório, é inspirado por ‘driven’”, acrescentou.
Nesse cenário, Cappra destaca que o data-driven foi fundamental para a evolução da coleta, catalogação e administração de dados. Assim, a entrada dos algoritmos no processo de construção da informação passou a ser algo natural.
O data-driven é um sistema que se baseia na coleta, análise e interpretação de dados para tomar decisões mais informadas e eficazes.
“A gente começou a receber recomendações de algoritmos, supervisional, até que houve um momento em que esses algoritmos passaram a alterar de maneira automática. E eu posso dar o exemplo disso da família programática”, comentou durante o evento.
Segundo Cappra, essa mudança está ocorrendo em todos os setores, inclusive no bancário.
“Para pensar hoje: um gerente de banco que está atendendo um profissional, uma pessoa que está indo lá pedir um crédito para comprar um carro, aquele gerente, na conta, já não tem autonomia nenhuma no processo decisório. Ele alimentou o sistema até um determinado momento”, disse no evento da 99.
Ele reforça que o sistema não é automático, mas foi acelerado pelo que hoje se conhece como IA. “A inteligência artificial generativa criou máquinas analíticas que se espalharam dentro dos ambientes corporativos, que lidam de maneira geral.”
Agências de IA já fazem parte da tomada de decisão das empresas
Com o passar dos anos, a IA assumiu o espaço que antes era ocupado pelos data-drivens na tomada de decisão. “A gente veio de uma evolução da tecnologia, recebeu a inteligência artificial generativa e recebeu um nível de personalização maior do que a gente imaginava, num custo baixo de tela”, pontuou.
Além disso, Cappra acrescentou que, no cenário atual, as tecnologias ampliam capacidades — criando uma espécie de “co-pilotos”. “A gente está aumentando nossa capacidade de processamento, tratamento e análise de informação. Saímos muito rápido de uma cidadania digital, que era usar recursos analíticos, para um ambiente em tempo real. E hoje a gente está tratando dessa inteligência aumentada que se espalhou.”
Contudo, ele concluiu que gerenciar essa inteligência aumentada é um desafio, pois exige governança constante. “Temos que monitorar esse processo de maneira contínua”.
Superapp da 99
Nesse contexto de ampliação, coleta e catalogação de dados, a 99 se coloca em um espaço de evolução, consolidando-se como um “super app” no Brasil. A estratégia da controladora Didi Chuxing é integrar diversos serviços essenciais do dia a dia em uma única plataforma.
Assim, a companhia definiu três pilares para se posicionar como superapp:
Finanças — por meio da 99Pay, uma carteira digital integrada que permite pagar corridas, boletos, realizar transferências (Pix), recarregar celular, investir com rendimento automático e até adquirir criptoativos, tudo dentro do app.
Mobilidade — serviço original de transporte por moto, carro e táxi (99Moto, 99Pop, 99Táxi).
Delivery — com a retomada e o investimento bilionário na 99Food e no serviço 99Entrega.