
A Americanas (AMER3) conseguiu um acordo que reduz em mais de R$ 500 milhões a dívida da varejista com a União. O acordo foi firmado com a Procuradoria-Geral da Fazenda Nacional (PGFN) na sexta-feira (13).
O montante inicial dos débitos negociados era de R$ 865 milhões. O desconto é limitado a 70% do valor consolidado da dívida e incluiu juros e multas, disse o BTG Pactual Content.
“O acordo traz benefícios econômicos adicionais para a companhia, uma vez que a manutenção das discussões implicaria em esforço financeiro para oferecimento e manutenção de garantias judiciais, honorários advocatícios e outros custos e despesas processuais”, avalia a Americanas.
De acordo com a Americanas o débito final será quitado com depósitos judiciais relacionados aos aos débitos, a créditos oriundos de prejuízos fiscais e recursos do caixa próprio. A empresa afirmou que todos os efeitos desse acordo serão “devidamente refletidos nas demonstrações financeiras do segundo trimestre de 2025”.
A varejista entrou em crise há dois anos e está enfrentando um processo de recuperação judicial graças a uma fraude contábil multimilionária. A Americanas teve um prejuízo de R$ 496 milhões no primeiro trismestre do ano. Para o CEO das Americanas, Leonardo Coelho, é questão de tempo para que o escândalo fique para trás. “Com o tempo, olhamos mais para o negócio e menos para as distrações da recuperação judicial.”
Camille Loyo Faria, diretora financeira (CFO), avalia, após conversa com analistas, que a Americanas pode deixar o processo de recuperação judicial em 2026, caso o plano traçado corra da maneira prevista.
Mais de 100 acionistas processam Americanas por fraude de R$ 25 bi
Mais de 100 investidores já se habilitaram em uma ação civil pública movida contra a Americanas, buscando reparação pelos prejuízos causados pelo escândalo contábil revelado em janeiro de 2023.
O prazo para adesão à ação, proposta pelo Instituto Brasileiro de Cidadania (Ibraci), termina nesta quarta-feira (21).
A ação tramita na 4ª Vara Empresarial do Rio de Janeiro e solicita que a varejista seja condenada ao pagamento de indenizações por danos materiais e morais individuais aos investidores lesados.