
A B100, holding controladora da Planner Corretora, acertou a compra da Ciabrasf, provedora de serviços fiduciários ligada originalmente à Reag Capital e ao fundo Reag Alpha, ambos associados a João Carlos Mansur.
O movimento foi anunciado na esteira da Operação Carbono Oculto, investigação que mapeou possíveis vínculos entre o crime organizado e a cadeia de combustíveis, além de apontar irregularidades em veículos financeiros.
Pelo acordo, será alienado o bloco de controle de 5.655.015 ações, correspondente a 96,96% do capital social da Ciabrasf. O preço combinado tem três componentes: um pagamento inicial simbólico de R$ 1.000 no fechamento; 120 parcelas mensais variáveis e contingentes, cada uma correspondente a 15% da receita líquida ajustada da companhia no mês anterior; e, caso ocorra um evento de liquidez nos cinco anos seguintes à assinatura, uma parcela adicional equivalente a 20% do preço desse evento.
As parcelas mensais começam a ser apuradas no mês subsequente ao fechamento e se estendem até o décimo aniversário da operação. Além disso, o contrato prevê que, ao final do processo, será promovida uma OPA (Oferta Pública de Aquisição) das ações remanescentes em bolsa.
Com a efetivação da transação, os atuais controladores da Ciabrasf deixarão a administração da empresa, que passará a ser gerida pela B100. A holding afirmou que a equipe operacional da Ciabrasf continuará responsável pelo atendimento aos clientes, garantindo continuidade dos serviços.
A Ciabrasf, que já operou sob o nome Reag Investimentos, aparece no ranking da Anbima com quase R$ 370 bilhões em fundos sob administração até o fim de setembro. A empresa presta também serviços de custódia, escrituração e securitização. Em 28 de agosto, a Ciabrasf foi alvo de busca e apreensão na Operação Carbono Oculto; as investigações identificaram mais de uma dezena de fundos sob sua administração que teriam sido empregados para finalidades ilícitas. Na ocasião, a companhia informou ter renunciado à administração de ao menos oito desses fundos, que foram liquidados ou transferidos a outros prestadores.
Em contraste, a Planner administra cerca de R$ 14,3 bilhões, um universo significativamente menor do que o da Ciabrasf — cenário que, se a aquisição for aprovada pelos reguladores, tornaria a Planner parte de um grupo de escala bem superior. A conclusão do negócio ainda depende das autorizações regulatórias competentes.