Nova chance

Banco do Brasil (BBAS3) elege novo VP de agronegócios

Conselho de Administração elegeu Gilson Bittencourt como o novo vice-presidente de Agronegócios e Agricultura Familiar

Gilson Bittencourt assume VP de Agro do Banco do Brasil (Foto: reprodução/The AgriBiz)
Gilson Bittencourt assume VP de Agro do Banco do Brasil (Foto: reprodução/The AgriBiz)

O Banco do Brasil (BBAS3) anunciou que o Conselho de Administração elegeu Gilson Bittencourt como o novo vice-presidente de Agronegócios e Agricultura Familiar. O comunicado ao percado foi publicado na CVM (Comissão de Valores Monetários).

A eleição ocorreu na quarta-feira (13) e Bittencourt tomou posse na quinta-feira (14), disse o E-Investidor. O mandato para a diretoria executiva será de 2025 a 2027.

Mudança vem num momento em que o agro está no centro dos resultados do segundo trimestre do Banco do Brasil. A instituição financeira informou que teve lucro líquido ajustado do R$ 3,8 bilhões no segundo trimestre de 2025, uma queda de 60% comparando com o mesmo período no ano passado.

Gilson Bittencourt foi indicado para o cargo em 22 de julho, em substituição a Luiz Gustavo Braz Lage. O novo vice-presidente é agrônomo formado pela UFPR (Universidade Federal do Paraná), especialista em Análise de Políticas Públicas pela Universidade do Texas/EUA, e mestre em Desenvolvimento Econômico pela Universidade Estadual de Campinas (Unicamp).

Desde janeiro de 2023, ocupa o cargo de subsecretário de Política Agrícola e Negócios Agroambientais do Ministério da Fazenda. Atualmente também é membro do Conselho de Administração da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa) e do Conselho de Administração da Livelo.

Além dele, foram eleitos Alexandre Bocchetti Nunes para o cargo de diretor jurídico e Pedro Henrique Duarte Oliveira para o cargo de diretor de Contadoria, informou o BB no comunicado.

Banco do Brasil x Agro

O BTG Pactual divulgou no dia 1º de agosto um relatório sobre o Banco do Brasil (BBAS3) em que reduz as estimativas de lucro para esse ano e para o próximo. Genial Investimentos enviou um relatório aos clientes analisando que o banco deve reportar resultados ruins.

Tanto o BTG quanto a Genial Investimentos apontam a relação entre Banco do Brasil e o agro, marcada pela deterioração “persistente e estrutural” no setor de empréstimos agrícolas, como o calo da vez – e ele não é novidade. Atualmente o Banco do Brasil é líder nesse setor.

Na percepção do BTG, essa deterioração não é apenas cíclica, mas provavelmente tem raízes mais profundas. Entre os desafios estruturais relacionados ao agro, o BTG listou:

  1. O BB pode ter perdido parte de seu status de “relacionamento bancário primário” com os clientes, o que pode tê-lo empurrado para trás na linha de prioridade de pagamento para alguns produtores;
  2. O BB também parece depender de terceiros para o armazenamento de grãos dados como garantia, o que enfraquece sua posição na execução de garantias;
  3. Além disso, a Lei 14.112/20 permitiu que os produtores entrassem com pedido de recuperação judicial, o que impede o banco de exercer suas garantias hipotecárias;
  4. Segundo o BTG, muitos novos produtores começaram a cultivar soja nos últimos anos, atraídos pelos altos preços durante esse período — os chamados “aventureiros”. “Esses não são os clientes tradicionais do BB, e alguns entraram com pedido de recuperação judicial sem muita preocupação em perder o acesso a crédito subsidiado, pois podem acabar mudando para uma atividade completamente diferente”.

De acordo com a instituição financeira, “a recuperação do agronegócio pode levar tempo e se estabelecer em condições mais fracas”.

“Acreditamos que a deterioração nos resultados está vindo ‘de elevador’, enquanto qualquer recuperação provavelmente irá ‘subir as escadas’”, escreveram os analistas, referindo-se a uma provavelmente lenta recuperação do BB.