Foto: Agência Brasil
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O BC (Banco Central) determinou a limpeza do balanço do BRB (Banco de Brasília), com a reversão das operações supostamente fraudulentas feitas com o Banco Master.

A informação, de fontes próximas ao tema e obtida pelo Valor, consta, inclusive, da decisão do juiz da 10ª Vara Criminal Federal do Distrito Federal, Ricardo Augusto Soares Leite, relacionada ao pedido de busca e apreensão e prisão do dono do Banco Master, Daniel Vorcaro.

Segundo as investigações, o Master vendeu ao BRB R$ 12,2 bilhões em operações de crédito que teriam sido forjadas a partir de uma empresa de prateleira e documentação falsificada.

Esse conjunto de operações corresponde a cerca de 20% da carteira de crédito do BRB, que em junho somava R$ 59,3 bilhões, e começou a despertar questionamentos no mercado sobre se a saúde financeira do banco poderia ter sido afetada.

Operações fraudulentas foram desfeitas

A apuração do Valor apontou que as operações fraudulentas foram desfeitas e saíram do balanço do BRB. Uma parte ocorreu com a devolução, pelo Master, de valores em espécie, que deram suporte à recomposição da liquidez do BRB. Com a aquisição das carteiras, o índice de liquidez do banco estatal havia ficado abaixo do mínimo determinado pelos critérios de liquidez da instituição.

Como a própria liquidez do Master estava baixa, devido aos vencimentos dos CDBs que tinham garantia do seguro de depósito, a devolução dos valores ao BRB ocorreu com o dinheiro do aporte de capital — determinado pelo BC — feito pelos controladores da instituição.

Contudo, a maior parcela das operações fraudulentas foi desfeita por meio da transferência ao BRB de ativos que estavam no balanço do Master. Esses créditos possuem rating de agências de classificação de risco de crédito, mas só agora, com a troca da direção do BRB, será possível ter mais informações sobre o real valor.