A Ben & Jerry ‘s apresentou uma queixa legal contra sua controladora, a Unilever, por demitir seu CEO (presidente executivo), David Stever. A denúncia foi feita no tribunal federal de Manhattan nesta terça-feira (18) e segundo informações, a demissão foi motivada pela anuência do executivo às manifestações políticas da empresa.
A Unilever se prepara para desmembrar sua divisão de sorvetes e listar os ativos na Holanda. A Ben & Jerry ‘s foi comprada em 2000 pela gigante de bens de consumo e um acordo permitiu que a companhia de sorvetes mantivesse um conselho próprio para deliberar sobre os valores sociais que são marca da companhia.
Fundada por Ben Cohen e Jerry Greenfield em 1978, a marca se tornou popular por sabores incomuns e sua associação com causas progressistas. Segundo apuração do portal Exame, em fevereiro a controladora impediu a empresa de comemorar o mês da história negra através de uma campanha.
Silenciamento
Em uma revisão de desempenho feita em janeiro, a Unilever criticou o CEO por “ceder repetidamente” às campanhas sociais da Ben & Jerry ‘s e alertou seus funcionários para não desafiar os esforços da empresa em “silenciar a missão social da marca”.
Em 2022, a Ben & Jerry ‘s processou a Unilever por bloquear suas tentativas de parar de vender sorvete em territórios ocupados. A marca agora acusa a Unilever de silenciar suas tentativas de manifestar apoio à paz em Gaza.
A polêmica ocorre em um momento em que as empresas dos EUA estão se afastando de propostas com cunho social e inclusão por pressão do governo Trump.
Ben e Jerry pensam em recomprar Ben & Jerry’s da Unilever
Ben Cohen e Jerry Greenfield, fundadores de marca de sorvetes Ben & Jerry’s, têm discutido há alguns meses a recompra da marca, que pertence à Unilever há 25 anos. As informações são da “Bloomberg”. A Unilever, por sua vez, diz que a marca não está à venda e tem planos de separar sua unidade de sorvetes dos outros negócios.
A empresa, que também é dona das marcas Magnum e Breyers, pretende tornar a unidade de sorvetes pública na bolsa de Amsterdã, na Holanda.
Além de não estar a venda, a marca, que foi vendida por US$ 326 milhões em 2000, hoje vale US$ 10 bilhões. Dessa forma, os fundadores precisariam formar parcerias com investidores dispostos a desembolsar grandes quantias.