A Boeing recebeu multas de mais de US$ 3,1 milhões propostas pela FAA (Administração Federal de Aviação), órgão regulador dos EUA, por supostas violações relacionadas ao rompimento do plugue da porta de uma das suas aeronaves em janeiro de 2024.
A FAA afirmou que usou sua autoridade máxima de penalidade civil para multar a Boeing por violações de segurança que ocorreram de setembro de 2023 a fevereiro de 2024.
A organização identificou várias violações ao sistema de qualidade na fábrica da companhia do modelo 737 em Renton, Washington, e na fábrica de seu subcontratado, Spirit AeroSystems, em Wichita, Kansas. A FAA também disse que a Boeing apresentou duas aeronaves que não estavam em condições de voo e não seguiam o sistema de qualidade da FAA.
Além do rompimento da porta em um voo da Alaska Airlines no ano passado, a Boeing interferiu na independência dos oficiais de segurança, segundo a FAA. Um funcionário da Boeing pressionou um membro da unidade de autorização da FAA para aprovar um avião 737-Max para que a empresa pudesse cumprir seu cronograma de entrega, mesmo após o representante ter atestado que o avião não apresentava conformidade com os padrões, constatou a autoridade.
Mais de 3 mil trabalhadores da Boeing entram em greve
Mais de 3.200 trabalhadores da Boeing nos EUA iniciaram greve nesta segunda-feira (4) após rejeitarem, pela segunda vez, uma proposta de contrato coletivo.
Os funcionários atuam nas unidades de montagem de caças em St. Louis (Missouri) e Illinois, onde são produzidos modelos como o F-15, o F/A-18, o treinador T-7 e o drone de reabastecimento MQ-25.
Segundo a Boeing Defense, um plano de contingência será implementado para mitigar os impactos da paralisação.
A proposta rejeitada previa um contrato de quatro anos com aumento salarial médio de 40%, sendo 20% de reajuste direto, bônus de US$ 5 mil por adesão, acréscimos periódicos, mais férias e licenças médicas.
“Estamos decepcionados que os funcionários de St. Louis rejeitaram uma oferta que incluía um aumento salarial médio de 40%”, afirmou Dan Gillian, vice-presidente da Boeing.
O sindicato dos trabalhadores, o Distrito 837 da Associação Internacional de Maquinistas e Trabalhadores Aeroespaciais, classificou a proposta como insuficiente.
“Nossos membros merecem um contrato que reflita sua habilidade, dedicação e o papel fundamental que desempenham na defesa de nossa nação”, disse o chefe sindical Tom Boelling.
A divisão de defesa da Boeing está em expansão na região para incorporar a produção do F-47A, novo caça da Força Aérea dos EUA, cujo contrato foi conquistado neste ano.