“Qualquer cancelamento no meio do caminho é uma sinalização ruim de que realmente a situação da empresa não está boa”, disse ao BP Money, o especialista em mercado e sócio da The Hill Capital, Pedro Marinho Coutinho, sobre a recente situação envolvendo a Braskem (BRKM5).
Os papéis da Braskem (BRKM5) se deterioraram na B3 (Bolsa de Valores brasileira) no pregão de segunda-feira (6). As ações fecharam com queda de 14,53%, cotadas a R$ 19,70. A queda veio após a Novonor informar que a Adnoc “não tem interesse em dar continuidade ao processo de análise e negociações sobre a potencial transação”.
“Pelo que a gente vê, é muito cedo ainda para entender se realmente essa empresa de Abu Dhabi saiu do deal (negócio). A empresa diz que sim, mas pode ser que em novas negociações isso volte à tona”, comentou Coutinho.
O analista pontua que as companhias estão negociando desde novembro e que o valor de R$ 10,5 bilhões não era atrativo. Segundo ele, o montante não cobria nem as dívidas que a Novonor possuía com o mercado.
Na véspera, a Petrobras (PETR4) comunicou ao mercado que não houve “qualquer decisão da Diretoria Executiva ou do Conselho de Administração da Petrobras com relação ao tema”.
Novonor deve falar com antigos potenciais interessados na Braskem (BRKM5)
Em linha com o exposto, Leandro Botelho, sócio da Ipê Avaliações, apontou que a procura por um novo comprador para a Braskem (BRKM5) vai continuar.
Além disso, Botelho pontuou que a Novonor, uma das controladoras da empresa, deve retomar a busca por antigos potenciais interessados como J&F e a Unipar (UNIP6).
“No entanto, o desastre ambiental nas minas de sal-gema em Alagoas e a possível existência de outros passivos contingentes não contabilizados têm dificultado o processo de venda”, acrescentou o especialista.
Com isso, é possível dizer que o mercado terá de esperar um pouco mais e observar os próximos passos das transações envolvendo a companhia.
No pregão desta terça-feira (7), os papéis da companhai recuperaram das perdas. Por volta das 15h46 (horário de Brasília), as ações aparentavam alta de 2,13%, cotadas a R$ 20,12.