Foto: Divulgação
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O BRB (Banco de Brasília) adquiriu quase R$ 12,2 bilhões em carteiras do Master que podem ser parcialmente inexistentes, o que pode afetar o balanço da companhia e, em última instância, exigir uma espécie de aporte do governo do Distrito Federal.

O inquérito da PF, que conta com informações do BC (Banco Central) e da CVM (Comissão de Valores Mobiliários), aponta que, após pedidos de informação do regulador, o BRB confirmou ter encontrado alguns problemas em parte das carteiras compradas do Master, mas informou que fez a substituição dos créditos.

Por outro lado, os investigadores declararam que essa troca foi feita por ativos que não estavam previstos nos termos do contrato, e que causa estranheza o BRB não ter exigido a devolução imediata de recursos ao Master.

Em sua decisão, o juiz federal Ricardo Augusto Leide declarou que “emergem indícios de participação consciente dos dirigentes do BRB no suposto esquema fraudulento engendrado pelos gestores do Banco Master, cuja atuação teria ocasionado prejuízos à higidez do Sistema Financeiro Nacional e, principalmente, à própria instituição por eles administrada”. As informações são do Valor.

A operação da PF gerou o afastamento do CEO do BRB, Paulo Henrique Costa, e do vice-presidente financeiro, Dario Oswaldo Garcia Junior. O BRB comunicou, na véspera, que decidiu contratar uma auditoria externa especializada “com o objetivo de apurar os fatos mencionados na referida operação”.

BRB: presidente comunicou BC sobre divergências em operações do Master

Afastado da presidência do BRB (Banco de Brasília) por decisão da Justiça, Paulo Henrique Costa afirmou na terça-feira (18) que a instituição identificou “divergências documentais em partes das operações” do Banco Master. Segundo ele, o fato foi comunicado ao BC (Banco Central), que analisava a operação de compra do Master pelo BRB.

A Polícia Federal deflagrou, na véspera, a Operação Compliance Zero, que apura um suposto esquema de criação e negociação de títulos de crédito falsos envolvendo o Banco Master.

Paulo Henrique Costa foi afastado do comando do banco estadual de Brasília pelo prazo de 60 dias após decisão da Justiça. Em comunicado, o executivo diz apoiar as investigações.