
A BRK Ambiental protocolou na CVM (Comissão de Valores Mobiliários), nesta quinta-feira (11), um novo pedido de oferta pública de ações (IPO). A operação prevê uma distribuição primária e, potencialmente, uma parcela secundária, conforme comunicado divulgado pela companhia.
A solicitação foi aprovada em assembleia geral extraordinária realizada no mesmo dia. Controlada pela canadense Brookfield, a BRK tem o FI-FGTS como sócio minoritário, com participação de 30% no capital. Além do registro da oferta, a empresa também pediu adesão ao Novo Mercado da B3. O processo, no entanto, ainda está em análise pela CVM.
Tentativa de reabrir o mercado de IPOs
A movimentação da BRK ocorre em meio a uma longa seca de ofertas iniciais no Brasil. A empresa já vinha sinalizando ao mercado a intenção de acessar a Bolsa e, segundo fontes, tem recebido retorno positivo de investidores internacionais interessados no ativo, especialmente diante do potencial de crescimento do setor de saneamento básico.
Se concretizado, o IPO da BRK pode se tornar o primeiro de uma empresa privada de saneamento no país. No passado, tanto a própria BRK quanto a Iguá chegaram a ensaiar aberturas de capital, mas os planos não avançaram. À época, a principal dificuldade esteve relacionada à precificação, que não atingiu o patamar desejado pelos acionistas.
FI-FGTS é desafio adicional
No caso da BRK, o mercado vê um desafio adicional na estrutura acionária. O FI-FGTS possui restrições regulatórias que limitam a flexibilidade de preço por ação na oferta. Essa característica pode influenciar tanto a estrutura final do IPO quanto a atratividade da operação para investidores, especialmente em um cenário ainda seletivo para novas emissões.
Mesmo assim, o mercado de capitais brasileiro trata a iniciativa como um teste importante, tanto para medir o apetite por ativos de infraestrutura quanto para avaliar a sustentabilidade financeira e regulatória das concessões de saneamento.