A C&A (CEAB3) comunicou o fim oficial de sua parceria com o Banco Bradesco (BBDC4) e com o Bradescard, vigente desde 2009. O acordo era voltado à oferta de produtos e serviços financeiros aos clientes da varejista.
A companhia vendeu seus direitos relacionados à carteira do cartão bandeirado Bradescard pelo valor de R$ 170 milhões.
Recompra dos serviços financeiros
A C&A também anunciou a quitação antecipada de R$650,6 milhões referente à recompra dos direitos de exploração dos serviços financeiros que, até então, eram oferecidos com exclusividade pelo Bradesco. Com isso, a varejista passa a ter autonomia para operar essas soluções.
Como pensam os analistas?
O Itaú BBA, em relatório enviado a clientes, destacou que essas medidas traduzem mais um passo na agenda do ecossistema financeiro da varejista.
“Embora o potencial financeiro de curto prazo seja modesto, esse anúncio reforça a mudança estratégica mais ampla da C&A em direção à verticalização de seus serviços financeiros”, apontou o banco, que tem recomendação de compra e preço-alvo de R$15 para a ação da C&A.
O Itaú BBA também ressaltou que a monetização do portfólio a um valor acima do esperado traz um “conforto incremental” em torno da execução dessa estratégica e ajuda a organizar a última etapa da transição distante do Bradesco.
Quem também entende que os termos líquidos da transação são positivos para a C&A é o BTG Pactual. Em relatório, o banco destacou que a venda da carteira de cartões bandeirados compensa parcialmente o pagamento da recompra e amplia a autonomia da rede na definição de futuras ofertas financeiras.
“Embora o crédito siga sendo um facilitador de vendas relevante, o Bradescard representou apenas 13% da receita de serviços financeiros da empresa no primeiro trimestre de 2025, contra 87% do C&A Pay” cita o BTG, que tem recomendação de compra e preço-alvo de R$22 para a ação.
Os investidores também compartilham dessa visão mais favorável. As ações da marca estavam sendo negociadas com alta de 3,23% por volta das 13h, cotadas a R$17,57.
Em 2025, os papéis da companhia – avaliada em R$5,3 bilhões – registram uma valorização de 118%.