O CEO da Caixa Asset, Pablo Sarmento, enfrenta uma série de alegações graves, incluindo abuso de poder e comportamentos inadequados no ambiente de trabalho, como “desleixo, preguiça, falta de atenção, falta de zelo, negligência e descaso”. As informações pertencem à coluna de Malu Gaspar, assinada por Rafael Moraes Moura.
As denúncias estão sendo investigadas pela corregedoria interna do banco estatal. De acordo com informações obtidas pela coluna, foram registradas 30 queixas relacionadas à Caixa Asset enquanto a unidade de gestão de ativos estava em processo de aquisição de R$ 500 milhões em letras financeiras do Banco Master.
As denúncias são encaminhadas através de um canal interno da Caixa, geralmente de forma anônima, para proteger a identidade dos funcionários que relatam os problemas.
A maior parte das queixas se concentra na atuação de Sarmento durante as negociações com o Master. O CEO já foi convocado a prestar esclarecimentos à corregedoria sobre essas acusações. Dentro da Caixa, o volume de denúncias relativas a esses eventos é considerado elevado e atípico.
A Caixa Asset foi estabelecida em 2021, durante a administração de Pedro Guimarães, sob o governo de Jair Bolsonaro.
Caixa Asset teria sido contrária à aquisição de títulos do Banco Master
De acordo com informações divulgadas pelo blog, a divisão de renda fixa da Caixa Asset recomendou fortemente contra a aquisição dos títulos do Banco Master em um documento confidencial de 19 páginas.
A transação foi classificada como “atípica” e “arriscada”, não apenas pelo montante elevado, mas também devido à classificação de risco do banco, que é considerada como média.
Dois gerentes que se manifestaram contra a transação de R$ 500 milhões em letras financeiras do Banco Master foram removidos de seus cargos, o que foi visto por muitos como uma forma de retaliação e uma tentativa de silenciar as objeções internas ao negócio, que não foi levado adiante.
Os gerentes destituídos foram Daniel Cunha Gracio, responsável pela área de renda fixa e autor do parecer, e Maurício Vendruscolo, da renda variável, que também deu suporte ao documento.