Grupo De Berrs, divulgou que bateu seu estoque de diamantes desde a crise financeira de 2008, revelando as dificuldades de venda do material antes cobiçado e legitimado como símbolo de riqueza, como apurou o jornal Financial Times.
A disputa com laboratórios menores, a diminuição do mercado chinês de diamantes e a repressão econômica motivada pela pandemia levaram uma das maiores empresas de venda de diamantes por receita a atingir um inventário avaliado em US$2 bi. O valor vem se mantendo estável ao longo do ano, revelando uma péssima safra para os diamantes em 2024.
A mudança de cenário que vem se intensificando desde 2020 levou a holding a diminuir a produção da mineração de pedras preciosas e diminuir seus valores em leilões no ultimo mês.
Os leilões são usados para vender diamantes brutos, ou não lapidados, para um grupo de cerca de 50 compradores certificados, conhecidos como “sightholders”, que são os mais poderosos negociantes da indústria.
Cenário do mercado de joias
Com força de trabalho de 20 mil pessoas, De Berrs tem sido a lide no mercado de venda e aquisição de joias desde a sua fundação no final do século 19. As receitas do grupo caíram no primeiro semestre do ano em comparação ao mesmo período de 2023, de US$2,8 bilhões para US$2,2 bilhões.
Seu maior rival, a Alrosa, empresa russa, sofreu sanções com a invasão de Putin na Ucrânia em 2022. As mudanças estão ocorrendo enquanto a líder do mercado está passando por um processo de desmembramento por seu proprietário Anglo American.
O executivo-chefe da Anglo, Duncan Wanblad, alertou que descartar a De Beers, seja por meio de uma venda ou uma oferta pública inicial, pode ser complicado pelo fraco estado do mercado de diamantes.
Na tentativa de reviver sua fama, a empresa lançou uma campanha publicitária promovendo ‘diamantes naturais’, sua marca registrada no século 20.