Revisão de recomendação

Dexco (DXCO3) tem recomendação cortada por Goldman

Goldman Sachs rebaixa Dexco para neutro e reduz preço-alvo a R$ 6; ações acumulam queda de 56% desde 2021, frente a alta de 20% do Ibovespa

(Foto: Divulgação/Dexco)
(Foto: Divulgação/Dexco)

O Goldman Sachs rebaixou a recomendação para ações da Dexco (DXCO3), ex-Duratex, de compra para neutro e reduziu o preço-alvo de R$7,90 para R$6,00, o que implica um potencial de alta de apenas 5% em relação aos níveis atuais. Desde que entrou na Americas Buy List, em setembro de 2021, as ações da Dexco caíram 56%, enquanto o Ibovespa subiu 20% no mesmo intervalo.

A instituição destaca que embora a ação tenha desempenho positivo diante da queda dos juros de longo prazo no Brasil, o papel não acompanhou a recente queda de 100 pontos-base na curva de 10 anos, refletindo desafios específicos da companhia que devem continuar limitando sua valorização.

O Goldman Sachs estima que as despesas financeiras líquidas da Dexco devem permanecer entre R$ 820 milhões e R$ 850 milhões em 2025 e 2026,o equivalente a 50% a 60% do Ebitda.

Mesmo com a perspectiva de queda na Selic, o banco avalia que esse cenário seguirá pressionando o fluxo de caixa livre da companhia.

Além do impacto financeiro, o Goldman Sachs projeta que os segmentos de Deca e cerâmicas continuarão com rentabilidade fraca, com Ebitda nulo ou negativo em 2025 e margens de apenas um dígito em 2026.

O principal negócio da companhia, o de painéis de madeira, deve seguir com bom desempenho, mas com potencial de valorização limitado a partir dos níveis atuais. O banco também destaca a pressão vinda do aumento nos custos com ureia, insumo essencial nos adesivos utilizados na produção, cujo preço subiu 42% em relação à média do primeiro trimestre de 2025.

Esse movimento pode gerar um impacto negativo de até 15% no Ebitda, diante das tensões no Oriente Médio.

A expectativa é de uma desalavancagem lenta, com a relação dívida líquida/Ebitda (incluindo leasing) caindo de 4,0 vezes no 1T25 para 3,9 vezes até o fim de 2026. Apesar do valuation atual estar 11% abaixo da média histórica dos últimos 10 anos, o banco vê pouco espaço para reprecificação no curto prazo.

Um possível gatilho positivo seria a joint venture de celulose solúvel, que pode iniciar a distribuição de dividendos em 2026, cenário ainda não considerado na projeção-base do Goldman Sachs.

Atualmente, a Dexco é negociada a 7,6 vezes o EV/Ebitda para 2025 e 6,8 vezes para 2026, abaixo da média histórica de 8,4 vezes.