
A dona da Gucci, Kering, vendeu o seu negócio de beleza para a L’Oreal por € 4 bilhões (equivalente a US$ 4,66 bilhões). Medida faz parte de uma grande mudança de estratégia do novo CEO, Luca de Meo, que busca lidar com o grande endividamento do grupo de luxo e se concentrar na moda, o principal negócio do empresa.
A L’Oreal irá adquirir a linha de fragrâncias Creed, da Kering, uma aposta do ex-CEO François-Henri Pinault, que comprou a marca por € 3,5 bilhões em 2023. A gigante francesa passa também a ter direitos exclusivos para desenvolver fragrâncias e produtos de beleza por 50 anos sob as marcas de moda da Kering, incluino Bottega Veneta e Balenciaga.
“Acreditamos que vender a Kering Beauté por aproximadamente o mesmo preço pago pela Creed há dois anos é um remédio amargo, mas necessário” disseram os analistas da Bernstein, segundo a Reuters, via Neofeed.
Apesar de a ideia de vender o negócio de beleza tenha sido identificada como uma opção antes de De Meo assumir oficialmente o comando da Kering em setembro, o italiano acelerou drasticamente as discussões com a L’Oreal neste mês, de acordo com fontes familiarizadas com o assunto.
A Kering Beauté será a maior aquisição da L’Oreal até então. O negócio é maior do que a compra da autraliana Aesop por US$ 2,5 bilhões em 2023.
Estrategicamente, o acordo faz sentido, disseram analistas da Bernstein, com a Creed sendo uma das marcas mais promissoras no setor de fragrâncias de luxo.
Após o anúncio, as ações da Kering subiram quase 4%. A companhia está avaliada em quase € 40 bilhões. Por sua vez, os papéis da L’Oreal avançaram 0,40%. A empresa vale quase € 210 bilhões.
Mercado de luxo brasileiro movimentou R$ 98 bi entre 2022 e 2024
O levantamento vem em meio à turbulência do setor, que no ano passado registrou queda global de 1% após anos de escalada pós-pandemia.
Segundo o documento, a alta renda brasileira gastou R$ 17,3 bilhões em saúde; R$ 6,5 bilhões em aviação; R$ 4,2 bilhões em arte e móveis; R$ 3,8 bilhões em hotéis e experiências; R$ 2,1 bilhões em iates e R$ 1 bilhão em bebidas finas — o único recorte cuja receita caiu 1% no país, se convertida em dólares, de acordo com informações do Valor.