Coordenadora de tecnologia do BC

Drex: BC tem 'altas' expectativas com moeda, após Pix

A coordenadora de Tecnologia do Banco Central do Brasil, abriu o debate enfatizando as altas expectativas para o Dre

Foto: Sophia Bernardes
Foto: Sophia Bernardes

O painel “Com o Drex, a tokenização chega ao mercado institucional” destacou-se como um dos mais esperados durante o Febraban Tech 2024.

Especialistas do setor financeiro se reuniram para discutir as implicações e oportunidades trazidas pelo Drex, um projeto pioneiro de tokenização do Banco Central do Brasil.

Clarissa Souza, Coordenadora de Tecnologia do Banco Central do Brasil, abriu o debate enfatizando as altas expectativas para o Drex. “O BC acabou criando uma régua muito alta com o Pix e o Open Finance. A expectativa é muito alta para o Drex, que é um projeto com muitas variáveis a serem avaliadas. É muito diferente dos outros produtos.”

Bancos têm se preparado para chegada do Drex

Marcos Brasiliano Rosa, Vice-Presidente de finanças e controladoria da Caixa, falou sobre como a Caixa está se posicionando para a chegada do Drex: “Insistimos muito para participar desse processo, com grandes investimentos, sobretudo em TI. Nos juntamos à Elo e à Microsoft e montamos um consórcio junto ao BC.”

Já Andre Portilho, Sócio e Head Digital Assets do BTG Pactual, destacou a novidade que o Drex traz para o mercado: “Nós nunca estamos preparados, a tecnologia está sempre à nossa frente. Mas vejo que o Brasil está ‘acostumado’ a trazer esses benefícios de maneira mais descentralizada e regulada, com todas as proteções. Drex é uma nova infraestrutura e uma mudança de paradigma potencialmente. Ainda há muito trabalho a ser feito.”

Em complemente, Renata Petrovic, Superintendente de inovação do Bradesco, enfatizou a colaboração como chave para o sucesso do Drex: “Todo esse movimento do Drex é totalmente colaborativo. Todos os participantes se beneficiam muito desse aprendizado. Hoje, o ecossistema de inovação do Bradesco sempre teve como princípio a colaboração.”

Jayme Chataque, Head de ativos digitais e blockchain do Santander Brasil, ressaltou o avanço da digitalização no Brasil: “É sempre bom lembrar que no Brasil temos um nível de digitalização muito alto. Somos uma referência, mas sempre dá para melhorar. O nível de digitalização será ainda maior.”

Clarissa Souza voltou a falar, abordando a questão da privacidade: “Entendemos que para uma plataforma regulada precisamos solucionar o problema da privacidade. A tecnologia não é uma questão de ‘se’, mas de ‘quando’. Escolhemos algumas soluções de privacidade no projeto piloto, que trazem abordagens diferentes entre si. Elas vão amadurecendo e crescendo.”

Andre Portilho comentou sobre o aprendizado contínuo: “Temos muito aprendizado até agora. O fundamental para nós é humildade. Há muita coisa bacana sendo desenvolvida fora dos bancos. É uma tecnologia nova, ainda em processo de amadurecimento. Temos que entender que começamos copiando o que já existe no mercado, fazendo de maneira mais eficiente e responsável. O grande aprendizado será quando começarem a surgir coisas totalmente novas.”

Renata Petrovic mencionou o histórico de estudos do Bradesco: “Começamos a estudar o tema em 2015 e, paralelamente, estamos experimentando casos de uso.”

Marcos Brasiliano Rosa falou sobre as diferenças entre bancos públicos e privados: “A realidade do banco público e privado não muda muito. Dividimos em duas partes: esforços e oportunidades. Temos alguns privilégios com os produtos da Caixa Econômica.”

Clarissa Souza finalizou com uma mensagem de oportunidade: “Agora é a nossa grande oportunidade. Acho que essa segunda fase vem com uma grande oportunidade que não podemos deixar passar. Peço aos 16 consórcios que pensem com carinho no que podemos trazer para um ganho de mercado. Não podemos desperdiçar essa oportunidade.”

Renata Petrovic concluiu destacando as inúmeras oportunidades: “De uma maneira geral, as oportunidades são inúmeras. Vemos grandes oportunidades no mercado de crédito.”