Obra ainda depende de financiamento

Eletronuclear ganha recurso e Justiça libera obras de Angra 3

A construção havia sido paralisada pela prefeitura de Angra dos Reis, que argumentou que o projeto alteraria o plano urbanístico da cidade

Eletronuclear/ Reprodução
Eletronuclear/ Reprodução

O Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro aceitou o recurso da Eletronuclear, suspendendo o embargo das obras da usina nuclear de Angra 3. 

A construção havia sido paralisada pela prefeitura de Angra dos Reis (RJ), que argumentou que o projeto alteraria o plano urbanístico da cidade e atrasaria o repasse financeiro ao município pela cessão do terreno. A informação foi antecipada pelo Valor Econômico e confirmada pela Eletronuclear.

Em comunicado, a Eletronuclear, que controla as usinas de Angra 1 e 2, destacou a importância da obra para o sistema elétrico nacional e para a região de Angra dos Reis, afirmando que o projeto trará trabalho, emprego, renda e novas oportunidades.

“A Eletronuclear, uma estatal federal, reafirma que segue à risca todos os projetos construtivos aprovados pelos órgãos competentes nacionais e internacionais, garantindo a segurança da construção e da futura operação da usina”, disse a companhia.

A empresa também enfatizou seu compromisso de manter um canal de comunicação aberto com a prefeitura de Angra dos Reis para promover projetos prioritários que tragam benefícios significativos à população local.

Retomada das obras da Eletronuclear ainda depende de financiamento

Atualmente, a retomada das obras ainda depende de estudos exigidos durante a privatização da Eletrobras, incluindo a modelagem da nova tarifa da usina, que cobrirá os cerca de R$ 20 bilhões necessários para finalizar a construção. Esse processo está sendo coordenado pelo BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social).

Em construção desde 1981, Angra 3 já consumiu R$ 7,8 bilhões e ainda precisará de aproximadamente R$ 20 bilhões para ser concluída, segundo a Eletronuclear. A obra sofreu diversas paralisações devido à falta de recursos, rescisões contratuais e investigações de corrupção, com a inauguração atualmente prevista para 2028.

Atualmente, a usina está 62% completa, mas as obras estão suspensas desde 2015 por causa da revisão do financiamento. A terceira unidade da Central Nuclear Almirante Álvaro Alberto terá uma capacidade de 1,4 GW, suficiente para abastecer 4,5 milhões de pessoas.