
O BTG Pactual (BPAC11) avalia que o impacto da recuperação judicial da Azul (AZUL4) nos Estados Unidos — via Chapter 11 — sobre a Embraer (EMBR3) é limitado, apesar das preocupações em torno da carteira de pedidos da fabricante, uma vez que a companhia aérea é uma de suas maiores parceiras e cliente-chave, especialmente no lançamento da plataforma E2.
A equipe de analistas liderada por Lucas Marquiori demonstra maior otimismo em relação às oportunidades de crescimento internacional da Embraer, especialmente nos segmentos Comercial e de Defesa.
“Diante do vasto pipeline de contratos potenciais em Defesa e das contínuas campanhas do E2 em novos mercados, acreditamos que o risco de depender da Azul para crescer é hoje consideravelmente menor”, afirmam, segundo o MoneyTimes.
Mesmo com a possibilidade de ajustes na curva de entregas do E2 para a Azul, dois fatores principais sustentam a avaliação de impacto limitado:
Eficiência operacional – O E2 oferece melhor economia, maior alcance e conectividade, sendo peça central na estratégia de recuperação financeira da Azul.
Financiamento facilitado – Por ser um avião de fabricação nacional, o E2 tende a ter condições de financiamento mais vantajosas que modelos importados, como os da Airbus.
Análise de riscos e cancelamentos
No que diz respeito a riscos de cancelamento, os analistas lembram que, em geral, as companhias aéreas pagam sinais antecipados ao realizar pedidos de aeronaves.
“Se um pedido fosse cancelado, impactaria a carteira da Embraer, mas a fabricante manteria esse pagamento pré-entrega. Além disso, companhias que saem de reestruturação costumam buscar aeronaves mais eficientes”, destacou o BTG.
Dessa forma, o banco vê como baixa a probabilidade de cancelamentos totais, sobretudo considerando as restrições de oferta na indústria aeronáutica e a forte demanda por aviões novos.
Embraer (EMBR3) vê prejuízo crescer 6,7 vezes e vai a R$ 428,5 mi
A Embraer (EMBR3) iniciou 2025 com resultados mistos: embora tenha registrado um avanço expressivo nas receitas e na rentabilidade operacional, o trimestre terminou no vermelho.
A fabricante brasileira de aeronaves reportou um prejuízo líquido ajustado de R$ 428,5 milhões entre janeiro e março, número que representa uma elevação de 574,8% em relação ao prejuízo registrado no mesmo período de 2024.
Apesar do resultado negativo na última linha do balanço, os indicadores operacionais apresentaram forte desempenho.