
O CEO, John Rodgerson, e o CFO, Alexandre Malfitani, da Azul foram acusados pela CVM (Comissão de Valores Mobiliários) de divulgar projeções futuras sem respeitar as devidas regras do mercado de capitais do Brasil.
Segundo o jornal Valor Econômico, a acusação está num processo administrativo sancionador, ou seja, já é uma acusação formulada, não apenas uma investigação.
A investigação foi instaurada pela SEP (Superintendência de Relações com Empresas), que teve como um dos objetivos a análise de fatos relacionados à divulgação de projeções por Rodgerson à imprensa em 29 de agosto de 2024, na qual o CEO informou receita esperada de R$ 20 bilhões para o exercício em curso e a possibilidade de R$ 1 bilhão de receita adicional em 2025 em razão do seu plano estratégico.
No período, a Azul estava sob forte pressão por causa da visão do mercado de que uma recuperação judicial nos EUA seria a única alternativa para a companhia. No entanto, a diretoria da empresa negou por diversas vezes entrar no “Chapter 11”.
Apesar das negativas, o grupo acabou cedendo e buscando a proteção contra os credores na justiça norte-americana em maio deste ano.
Ao ser procurada pela reportagem do Valor Econômico, a Azul afirmou estar ciente d processo administrativo aberto pela CVM em 2025 para análise de informações da empresa fornecidas à imprensa em 2024.
“A companhia reitera o compromisso com a transparência e com o cumprimento das legislações vigentes e permanece à disposição do comissão para os esclarecimentos necessários”, afirmou.
Azul (AZUL4) amplia prejuízo no 3T25 mesmo com recorde operacional
A Azul (AZUL4) encerrou o terceiro trimestre de 2025 com um prejuízo líquido ajustado de R$ 1,56 bilhão, salto de 1.14% em relação ao mesmo período de 2024. No resultado sem ajustes, a companhia registrou prejuízo de R$ 644,2 milhões, revertendo o lucro de R$ 389,7 milhões reportado um ano antes.
Apesar do prejuízo, o trimestre veio marcado por números operacionais fortes. O Ebitda ajustado atingiu recorde de R$ 1,99 bilhão, alta de 20,2% na comparação anual, com margem de 34,6%. O lucro operacional também chegou ao maior nível da história, somando R$ 1,27 bilhão, avanço de 23,7%.
A receita líquida totalizou R$ 5,73 bilhões, aumento de 11,8% ante o 3T24, apoiada em demanda consistente, receitas auxiliares e desempenho mais forte de unidades de negócio.