Fachada do Banco Master/ Foto: Divulgação
Fachada do Banco Master/ Foto: Divulgação

O FGC (Fundo Garantidor de Créditos), que deve desembolsar quase R$ 41 bilhões nas próximas semanas para honrar os depósitos do Banco Master, vai negociar com os bancos, seus cotistas, como recompor seu caixa.

A liquidez do fundo, de R$ 122 bilhões, deve ser drenada em um terço, e as regras exigem que o FGC mantenha uma liquidez equivalente a 2,5% do total de depósitos elegíveis. Como essa liquidez estava em 2,32% em junho, certamente cairá bem abaixo desse patamar.

O diretor-presidente do FGC, Daniel Lima, declarou que todos os depositantes serão ressarcidos no menor prazo possível. Segundo o Valor, primeiro é preciso que o liquidante nomeado pelo Banco Central compile a lista de credores, que depois será repassada ao FGC. O movimento deve levar cerca de 30 dias. Após o fundo receber a lista, os pagamentos começam rapidamente, geralmente em até dois dias úteis.

Sobre o fato de a liquidez ficar bem abaixo da meta, ele lembra que isso já ocorreu — mais recentemente em 2020, quando a pandemia levou a um aumento da base de depósitos no sistema — e que, depois, o nível foi sendo recuperado gradualmente.

“Agora nós vamos discutir com os cotistas [bancos], o BC e o Conselho Monetário Nacional (CMN) o plano de readequação de liquidez. Vamos levar nossa proposta, escutar todo mundo. A lógica é tentar minimizar o impacto para o sistema financeiro, mas ao mesmo tempo preservar nossa robustez”, afirmou.

Caso do Banco Master pode redefinir regras do FGC e do mercado de CDBs

A manhã desta terça-feira (18) deu destaque para todas as movimentações envolvendo o Banco Master e seu CEO, Daniel Vorcaro. Após a prisão do executivo, o BC (Banco Central) determinou a liquidação extrajudicial da instituição financeira, acendendo alerta para o futuro, com possível endurecimento regulatório após o episódio.

Especialistas ouvidos pelo BP Money apontaram para uma maior rigidez regulatória no futuro. Isso porque o Banco Master possuía uma estratégia de captação agressiva e potencialmente arriscada.

A liquidação extrajudicial implica a determinação de uma situação de insolvência irrecuperável ou quando forem percebidas como graves infrações às normas que regulam suas atividades, entre outras hipóteses legais. Ou seja, a liquidação equivale à falência da companhia. Ela é definitiva, irreversível e dissolutória.