A Forever 21, operadora americana de varejo Fast Fashion, entrou com seu segundo pedido de recuperação judicial nos EUA. A empresa sofre com a mudança no perfil de gastos do consumidor e por novas concorrências de varejistas estrangeiras.
Em comunicado à imprensa, a empresa afirmou que encerraria suas operações nos EUA enquanto buscava uma transação de continuidade na venda de seus ativos. A companhia listou ativos de US$100 milhões a US% 500 milhões. Os passivos foram declarados no valor de US$1 bilhão a US$10 bilhões em petição.
A primeira vez que a marca de roupas entrou em processo de falência foi em 2019, rodeada por conflitos e deixando credores com pouca recuperação. Centenas de lojas foram fechadas apagando evidências dos dias de auge da empresa. A marca tem mais de 540 lojas em todo o mundo, de acordo com o site da Forever 21. As informações foram apuradas pelo portal Bloomberg Línea.
A varejista é a mais recente vítima do tropeço de marcas em períodos de alta inflação nos EUA. Com valorização dos preços, compradores reduzem seu orçamento para itens como vestuário.
Recuperação Judicial em alta: quando a ferramenta é solução e quando pode ser um erro?
Em 2024, o Brasil registrou um recorde histórico de 2.273 pedidos de recuperação judicial, representando um aumento de 61,8% em relação a 2023, quando foram contabilizados 1.405 pedidos. Esse número supera em 22% o pico anterior de 1.863 solicitações em 2016, conforme dados da Serasa Experian.
Esse crescimento expressivo reflete um cenário econômico desafiador, marcado por altas taxas de juros e dificuldades no acesso ao crédito. Embora o Produto Interno Bruto (PIB) tenha crescido 3,5% em 2024, a taxa básica de juros (Selic) permaneceu elevada, encerrando o ano em 12,25% ao ano. Essa conjuntura impactou especialmente as micro e pequenas empresas, que lideraram os pedidos de recuperação judicial com 1.676 solicitações, um aumento de 78,4% em relação ao ano anterior.
O que é e como funciona a Recuperação Judicial?
A recuperação judicial é uma ferramenta legal para auxiliar empresas em dificuldades financeiras a reorganizarem suas dívidas e continuarem operando, evitando a falência. No entanto, a taxa de sucesso desse processo no Brasil ainda é considerada baixa. Estudos indicam que apenas cerca de 23% das empresas conseguem concluir o processo com êxito, enquanto nos Estados Unidos esse número varia entre 20% e 30%, e na Europa pode chegar a 40%.