Foto: Montagem/reprodução
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A GM (General Motors) e sua parceira sul-coreana Posco Future M decidiram suspender a segunda fase de construção de uma fábrica de cátodos em Becancour, Quebec, em meio à desaceleração da demanda por EVs (veículos elétricos). A decisão impactou diretamente a mineradora Vale (VALE3), que anunciou o cancelamento de seu projeto de planta de sulfato de níquel no Canadá.

A fábrica fazia parte de uma estratégia anunciada em 2022, na qual a GM se comprometeu a adquirir níquel da Vale como forma de fortalecer sua cadeia de suprimentos para a produção de baterias de EVs na América do Norte. No entanto, mudanças na política industrial dos EUA e uma demanda abaixo do esperado levaram as empresas a reavaliar seus planos.

Em comunicado, a GM informou que registrará US$ 1,6 bilhão em encargos relacionados ao realinhamento de sua operação de elétricos. Desse montante, US$ 1,2 bilhões são prejuízos não monetários associados à reestruturação da capacidade produtiva, enquanto o restante cobre o cancelamento de contratos e acordos comerciais ligados a investimentos no setor.

“A estratégia de longo prazo da GM continua sendo construir um negócio rentável de veículos elétricos na América do Norte. Porém, diante da nova dinâmica de mercado, decidimos suspender a segunda fase do projeto em Quebec”, informou a montadora em nota.

A primeira fase da fábrica, contudo, segue em desenvolvimento e deve iniciar a produção de materiais para baterias em 2026.

Impacto na Vale

A mineradora brasileira, que forneceria sulfato de níquel à GM a partir do projeto, confirmou que não haverá mais necessidade do insumo no curto prazo. Com isso, a Vale Base Metals encerra oficialmente sua planta de sulfato de níquel, orçada em 325 milhões de dólares canadenses (aproximadamente US$ 231 milhões).

Becancour tem se posicionado como um dos principais polos de baterias para veículos elétricos no Canadá, mas vem enfrentando uma onda de adiamentos. Além do projeto da GM, outro empreendimento relevante, liderado pelo grupo sul-coreano Ecopro e avaliado em mais de 1,2 bilhão de dólares canadenses, também foi pausado. A Ford, que inicialmente integrava o consórcio, decidiu se retirar.