
A decisão da Azul (AZUL4) de priorizar sua reestruturação financeira e deixar de lado a possível fusão com a Gol (GOLL54) gerou desconforto no grupo Abra, controlador da Gol. Em carta enviada à Azul, a holding anunciou o encerramento das negociações e adotou um tom considerado mais duro do que o usual em comunicações corporativas dessa natureza, que costumam manter um viés estritamente formal.
Logo no início da correspondência, o grupo Abra destacou que, desde janeiro, vinha se colocando à disposição para avançar nas discussões sobre uma possível combinação de negócios — mesmo com a Azul passando por um processo de recuperação judicial (Chapter 11) nos EUA.
Impacto da decisão
No decorrer da carta, a holding afirmou que as conversas entre as companhias não evoluíram nos últimos meses. “As partes não tiveram discussões significativas ou progrediram em uma possível operação de combinação de negócios por vários meses”, diz o trecho.
Em outro ponto, a Abra destaca que a Azul teria declarado que o memorando de entendimento (MOU) e a notificação prévia ao Cade ocorreram em um “outro cenário e em outro momento das empresas”, que já não se aplicam à realidade atual.
Apesar do tom mais firme, o grupo Abra encerrou a carta deixando espaço para uma possível retomada das conversas no futuro:
Continuamos acreditando no mérito de uma combinação de negócios entre Azul e Gol e, como tal, a Abra está pronta, disposta e disponível para engajar com os stakeholders aplicáveis.