
O governo brasileiro está negociando com a Axia Energia para que a empresa ceda do nome Eletrobras. A informação foi confirmada ao jornal Globo por pessoas familiarizadas com a negociação em andamento no Ministério de Minas e Energia.
Ainda não há definição sobre o destino da marca Eletrobras dentro do ministério, mas, segundo o Valor Econômico, uma das possibilidades seria utilizar o nome para rebatizar a ENBPar (Empresa Brasileira de Participações em Energia Nuclear e Binacional), criada em 2021 para assumir os ativos não privatizados da Eletrobras – como as participações na Itaipu Binacional e na Eletronuclear.
Apesar de o negócio estar sendo tratado como uma recompra de nome pelo mercado, fontes do governo negam que haja em na mesa o pagamento de qualquer valor à Axia pela marca Eletrobras. Além disso, as conversas sequer envolveriam ativos para além da marca.
Procurado, o Ministério de Minas e Energia não confirmou e nem negou as informações. A Axia não se manifestou.
Eletrobras vira Axia Energia: mudança pode mexer com mercado
Três anos após a privatização, a Eletrobras anunciou, na véspera desta quinta-feira (23), a mudança de seu nome para Axia Energia, o que consequentemente também levou à substituição de seu ticker ELET3 para AXIA3. Na avaliação de especialistas, a mudança marca um reposicionamento da empresa três anos após a privatização, o que também deve gerar, nesse primeiro momento, um volume de compra maior quando a alteração for efetivada.
A alteração nas negociações na B3 (B3SA3) está prevista para o dia 10 de novembro deste ano.
“A migração de código para ‘AXIA3’ (com as ações preferenciais equivalentes ‘AXIA5/AXIA6’ e ADRs na NYSE) a partir de 10/11/2025 gera um ‘evento de mercado’ que pode impulsionar volume de negociação e liquidez em torno da data da mudança”, comentou Leonardo Andreoli, analista da Hike Capital.
Ao BP Money, Andreoli explicou que é possível que investidores aproveitem a atenção extra, o rebalanceamento de carteiras ou as atualizações de roteamento de corretoras.
Por outro lado, especialistas apontam que a mudança do ticker, por si só, não deve alterar o perfil de acionistas ou a liquidez de forma sustentável. O que importa é se a empresa for incluída em novos índices, se o free float aumentar e se houver maior presença de investidores estrangeiros ou fundos internacionais.