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A baixa perspectiva para o varejo de alimentos em 2025 fez a JP Morgan rebaixar a recomendação da Companhia Brasileira de Distribuição (PCAR3) para venda (underweight). A decisão foi divulgada a clientes e mercado nesta terça-feira (18).
A empresa, também conhecida como Grupo Pão de Açúcar (GPA), teve recomendação rebaixada devido a alta pressão sobre fundos e opções limitadas para acelerar sua alavancagem financeira.
O JP Morgan antecipa possível piora no ambiente competitivo com a provável saída da bolsa do Carrefour. O principal afetado seria o Assaí, que desenvolve estratégias de desalavancagem neste momento, mas o menor impacto seria para Grupo Mateus.
Preferido do mercado
Como apurou o portal Invest, a preferência dos investidores está sendo o Grupo Mateus. As ações do conglomerado registram alta desde o início do ano entre 15% e 38%, contras 7% do índice da Ibovespa.
Os analistas Joseph Giordano e Nicolas Larrai demonstram cautela em relação às perspectivas para o setor: Não vemos que isso tenha sido impulsionado por melhorias nos fundamentos, mas principalmente por um abrandamento da curva das taxas de juro”, afirmam.
“Assim, neste contexto de taxas elevadas, preferimos ficar com o Grupo Mateus, que deverá continuar a apresentar a melhor dinâmica operacional e tem um balanço não alavancado”, destacam.
Rede de supermercados Coelho Diniz amplia participação no GPA
Os controladores da rede mineira de supermercados Coelho Diniz, presentes em seis cidades de Minas Gerais (Governador Valadares, Ipatinga, Coronel Fabriciano, Caratinga, Manhuaçu e Teófilo Otoni), têm feito investimentos para compra de ações com o intuito de ampliar sua participação no Grupo Pão de Açúcar (GPA).
Os investimentos estão sendo feitos por membros da família Coelho Diniz, por meio de pessoas físicas. Com 22 lojas, a empresa tem demonstrado interesse em expandir sua influência no setor supermercadista, especialmente em relação ao GPA.
Mudanças no controle do GPA: o fim do domínio do Casino
Recentemente, o panorama do GPA passou por transformações significativas com a saída do controle do Casino, varejista francês que há anos mantinha uma participação dominante no grupo brasileiro.
Em um anúncio, o Casino revelou que deixará de ser o controlador do GPA, após a companhia brasileira realizar um aumento de capital que levantou R$ 704 milhões.
Como resultado dessa mudança, a participação do Casino no GPA foi reduzida de 40,9% para 22,5%, o que implica na perda do controle da empresa.