Atividades continuam

Grupo FMU pede recuperação judicial na justiça de São Paulo

A universidade entrou com o pedido na quinta-feira (13), citando o impacto da pandemia sobre o ensino superior privado

Fonte: (FMU/Divulgação)
Fonte: (FMU/Divulgação)

O grupo Faculdades Metropolitanas Unidas (FMU) teve seu pedido de recuperação judicial aceito pela Justiça de São Paulo na sexta-feira (14). A requisição foi feita pois a instituição conta com dívidas de R$116 milhões e necessita negociar os déficits. 

A universidade entrou com o pedido na quinta-feira (13), citando o impacto da pandemia sobre o ensino superior privado. Como apurou o jornal Folha de São Paulo, o valor do passivo equivale a menos da metade do faturamento da instituição em 2024, R$318 milhões.

A justiça indicou o escritório Alvarez & Marsal como administrador judicial no processo. O grupo tem dez dias para fazer um levantamento da situação da universidade e apresentar relatórios mensais ao judiciário.

A instituição argumenta que vem ocorrendo restrições nos estímulos governamentais desde 2021 para o acesso a universidades particulares.Outro elemento que a FMU indica como grave é a alta taxa de desistência e inadimplência de seus estudantes.

Atividade não vai parar 

Conforme dito pelo reitor da universidade, Ricardo Ponsirenas, a situação não altera a rotina de aula e investimentos do grupo. “Não haverá demissões, nenhum projeto será cancelado.”, assegurou. “A empresa tem recursos em caixa e, do ponto de vista da gestão, está tudo correndo muito bem.”

Atualmente, a FMU oferece 173 cursos de graduação nas modalidades EAD e presencial e conta com mais de 250 cursos de pós-graduação. A instituição emprega 1.100 funcionários e oferece ensino a 60 mil discentes.

A previsão de faturamento para 2025 é de R$336 milhões. O dirigente admitiu que a medida foi um movimento necessário para proteger o caixa da empresa, frente a riscos futuros. 

Contudo, além dos desafios financeiros, a FMU precisa superar o conflito entre seus sócios. Em 2013 os fundadores da universidade venderam a companhia para o grupo Laureate, dos EUA. Como parte do acordo, os imóveis permaneceram no controle de seus antigos donos, que cobram um aluguel.

A transição de controle deixou encargos trabalhistas e despesas para os antigos contraloderes que ainda não chegaram numa resolução formal, segundo informações da revista Oeste.