Negociação paralela

Guerra na Tok&Stok: e-mails secretos expõem disputa pelo poder

As mensagens indicam que os Dubrule buscavam adquirir a participação da Mobly na Tok&Stok, mesmo durante o processo de integração entre as marcas

Fonte: divulgação/Tok&Stok
Fonte: divulgação/Tok&Stok

A disputa pelo controle da Tok&Stok ganhou novos contornos após a revelação de e-mails que mostram negociações paralelas entre a família Dubrule, fundadora da varejista, e o grupo alemão XXXLutz, controlador da Home24. As mensagens indicam que os Dubrule buscavam adquirir a participação da Mobly na Tok&Stok, mesmo durante o processo de integração entre as marcas. 

Em abril, durante a unificação dos servidores de e-mail da Tok&Stok e da Mobly, a gestão da Toky teve acesso a cerca de 41 mil mensagens dos fundadores Regis e Ghislaine Dubrule. Dessas, aproximadamente 400 tratavam de negociações com a XXXLutz desde outubro do ano anterior. As comunicações envolviam advogados, assessores financeiros e familiares, com textos em português e francês.

Em novembro, Paul Dubrule, irmão de Regis, comprometeu-se a investir 5 milhões de euros na reestruturação da Tok&Stok. Dias depois, Regis solicitou que Claude-André Deschamps, representante do family office suíço Montfalcon, recebesse uma procuração para efetivar a compra das ações da Mobly detidas pela Home24.

Em setembro, a família Dubrule e a XXXLutz assinaram um acordo de exclusividade para uma possível transação envolvendo as ações da Mobly. Em dezembro, Regis informou seus assessores sobre uma reunião com Andreas Seifert, CEO da XXXLutz, para discutir o preço da operação. 

Toky alega prejuízo a acionistas

A Toky, atual controladora da Tok&Stok, considera que essas negociações paralelas violam os princípios de governança corporativa e prejudicam os acionistas minoritários. A situação resultou em uma batalha judicial entre os Dubrule e a gestora SPX, que apoia a venda da Tok&Stok para a Mobly. Os Dubrule alegam que a SPX manipulou o conselho administrativo para aprovar a venda, desconsiderando um plano de recuperação proposto pela família. 

A SPX nega as acusações e afirma que a venda para a Mobly é a melhor alternativa para garantir a sobrevivência da marca e preservar os empregos. A disputa continua nos tribunais, com implicações significativas para o futuro da Tok&Stok e seus colaboradores. 

As informações foram obtidas com exclusividade pelo portal NeoFeed.