
A relação de amor da família Agnelli pelos caminhões começou com o Fiat 24 HP, que saiu da fábrica de Turim em 1903. Com o passar do tempo, a empresa decidiu traçar caminhos diferentes — mudanças lideradas por John Elkann, de 49 anos, bisneto do fundador da Fiat, Giovanni Agnelli.
Nesta semana, o herdeiro Elkann assinou dois acordos que rompem os laços da dinastia com veículos pesados.
A família concordou em vender o grupo Iveco por cerca de € 5,5 bilhões. A divisão de caminhões e ônibus foi comprada pela indiana Tata Motors, enquanto a Iveco Defence, que atua no segmento militar, foi incorporada à italiana Leonardo, controlada pelo Estado.
Para os Agnelli, trata-se de uma metamorfose preparada ao longo de quase duas décadas, à medida que o grupo — outrora sinônimo de automóveis italianos e indústria pesada — se aventura em novos setores do século XXI, considerados mais promissores em crescimento e lucratividade.
Acordo rendeu 1,5 bi de euros a herdeiro
O acordo com a Iveco rendeu aproximadamente € 1,5 bilhão, somando-se aos € 2 bilhões em caixa destinados a novos investimentos.
Ao longo do caminho, a família tem sido alvo de críticas por parte de políticos e sindicatos, que a acusam de trair suas raízes ao reduzir sua presença na Itália, onde a Fiat foi fundada no final do século XIX.
Apesar da venda da Iveco ter recebido a aprovação do governo italiano, líderes da oposição e sindicatos criticaram a transação, alertando para a possível perda de empregos e os impactos negativos sobre a base industrial do país.
“Pedimos ao governo italiano que intervenha para manter a presença da Exor”, disse o secretário do sindicato FIM-CISL, Ferdinando Uliano, de acordo com a Bloomberg.