A H&M abre as portas no Brasil neste sábado (23) com quatro endereços físicos já anunciados e uma operação plena de comércio eletrônico. Os planos são ambiciosos e mercados comparáveis têm dezenas, às vezes uma centena de lojas.
O português Joaquim Pereira, principal executivo da marca no país, disse que a H&M chega “com humildade” ao mercado brasileiro.
“Chegamos com o plano de oferecer uma moda de qualidade e acessível”, diz o gestor na véspera de estreia da loja, que será aberta no Shopping Iguatemi, ao jornal CNN Brasil.
Nos expositores da loja, foi possível identificar uma precificação, nada oficial, porém mais próxima com a da brasileira Renner que a espanhola Zara, circulando entre R$ 199 e R$ 249 nas peças de fast fashion feminina.
Apenas moda feminina
Por restrição de espaço, a loja do Shopping Iguatemi terá apenas moda feminina. “É um espaço pequeno para a H&M, mas muito grande para o Shopping Iguatemi”, cita Pereira. O shopping tem um dos metros quadrados mais caros do país e habita outras grandes marcas globais de luxo, como a Gucci e a Louis Vuitton.
As demais filiais da H&M serão maiores no Brasil. A próxima inauguração será no Anália Franco, na zona leste de São Paulo, com 2.000 metros quadrados, e terá moda feminina, masculina e infantil. A loja de Campinas, no Shopping Dom Pedro, será ainda maior (com 2.500 m²) e abrangerá também artigos de cama, mesa e banho. Haverá, ainda, uma filial no Morumbi Shopping, na capital paulista.
Quem ajuda a marca de luxo a entrar no Brasil é o Dorben Group, que já possui clientes como a marca venezuelana-americana, Carolina Herrera por aqui.
Maior parte das peças serão importadas
A grande maioria das peças de roupas vendidas no Brasil serão importadas das mesmas coleções vendidas em outras filiais do Hemisfério Sul, como Chile e Colômbia, que compartilham o mesmo clima.
Haverá, ainda, itens globais. “Teremos no Brasil, algumas peças que estarão sendo vendidas ao mesmo tempo em Tóquio, Londres, Nova York e aqui, em São Paulo”, disse Joaquim.
Entre as várias seções da loja, algumas terão itens produzidos nacionalmente. O presidente executivo disse que praticamente todos os calçados são produzidos no território brasileiro. Também há fornecedores brasileiros de jeans e moda praia.
Expansão comercial
A varejista sueca não informou o investimento no Brasil, porém Pereira diz que a chegada ao país é grande, e revela a aposta neste mercado. “Chegamos com quatro lojas em três meses, uma operação completa de e-commerce e um centro de distribuição com 25 mil metros quadrados e que pode chegar a 40 mil metros quadrados”, disse.
O centro de distribuição fica na cidade de Extrema (MG), ao sul do estado e é reconhecida por concentrar grandes galpões logísticos para atender as três maiores metrópoles do Brasil: São Paulo, Rio de Janeiro e Belo Horizonte.
Questionado sobre o potencial do tamanho do mercado brasileiro, o principal executivo da H & M no Brasil faz uma comparação. “O México tem cerca de metade da população brasileira, e temos 70 lojas por lá”, respondeu.
Apesar de indicar que o mercado brasileiro comportaria dezenas e até centenas de endereços, Pereira preferiu não entrar em detalhes e se limitou aos quatro locais já anunciados.
“Nosso foco é São Paulo e as lojas já anunciadas”, respondeu ao ser perguntado sobre outros lugares, como o Rio de Janeiro. O CEO global da H&M, Daniel Ervér, está no Brasil para a inauguração da operação brasileira. Antes de São Paulo, o gestor passou alguns dias no Rio de Janeiro.
Origem da marca
Inaugurada em 1947 em Västerås, na Suécia, pelo empreendedor sueco Erling Persson como uma loja de roupas femininas chamada Hennes, que significa “dela” em sueco (“Hers”, em inglês). Em 1952, a empresa abriu uma loja na capital sueca, Estocolmo.
H&M é uma sigla para Hennes & Mauritz, adicionada em 1968 quando a empresa decidiu expandir sua linha para oferecer roupas masculinas e infantis.
A partir de 1970, a H&M começou de vez o seu crescimento para o mundo. A vizinha Noruega foi a primeira a receber uma loja, em seguida a Dinamarca, Reino Unido e Suíça. Atualmente, são 4 mil pontos de venda e 140 mil funcionários ao redor do mundo.
A primeira loja na América Latina foi aberta somente em 2012, no México. Em seguida, expandiu para o Chile (2013), Peru (2015), Uruguai (2018), Panamá (2021), Costa Rica (2022) e República Dominicana (2024).