Diego Barreto, CEO da empresa brasileira que é referência em delivery na América Latina, o iFood, declarou nesta terça-feira (23) que não é para esperar “ter drones aqui [Brasil]”.
A declaração do CEO foi realizada em entrevista ao BP Money durante um evento em Osasco, São Paulo. Segundo Barreto, o que impede o trânsito de drones é a “questão de mobiliário urbano”.
Para explicar, ele fez uma comparação com a estrutura urbana dos EUA, que, em sua visão, é uma organização “horizontal”.
“É muito mais ‘fácil’ levar [o drone] até o final de uma rua, onde a pessoa se desloca e pega [a encomenda]. O Brasil permite fazer isso em São Paulo, mas existem cidades médias e grandes, como Campinas, onde as dificuldades para a operação começam a ser enormes”, apontou Barreto.
“No Brasil, especificamente, temos essa limitação”, acrescentou.
Contudo, o CEO comentou que existem situações logísticas específicas que possibilitam o uso de drones para entregas no País, mas destacou que a inserção de drones é algo “muito complexo”.
CEO do iFood diz que entregas por drones no Brasil serão viáveis em condomínios
Ainda no evento em Osasco, Barreto disse que, quando de fato a entrega através de drones pelo iFood chegar ao Brasil, poderá ocorrer em condomínios.
Ele explicou que, nesse contexto, a decisão de aceitar as entregas por meio de drones é dos condôminos, ou seja, dos moradores.
Em complemento, Marcos Gurgel, responsável pela área de IA do iFood, mencionou outras grandes regiões do Brasil, como o Rio de Janeiro e outro locais, que possuem prédios mais antigos e, portanto, não possuem uma “figura clara de um porteiro” para fazer essa espécie de recepção para um possível drone.
CEO diz que empresas similares na China têm ‘mais densidade’
Em relação aos modelos de entregas da China, o CEO do iFood pontuou sobre a “densidade” das entregas no país para as empresas.
Em uma viagem que a equipe do iFood fez à China, eles se encontraram com uma empresa que realiza um serviço de delivery similar ao que a empresa brasileira desenvolve.
Segundo Barreto, a companhia chinesa chegava a realizar 80 milhões de pedidos por dia. De acordo com o CEO pontuou, essa densidade permitia que os produtos fornecidos na plataforma chinesa tivessem valores menores para o consumidor final.
Existem cidades chinesas que possuem mais de cem rotas pré-aprovadas e computam cerca de três milhões de voos de drones por ano. A informação é da “Folha de São Paulo”.