A 7ª Vara Empresarial da Comarca do Rio de Janeiro decidiu antecipar parcialmente, nesta terça-feira (30), os efeitos de falência da Oi (OIBR3). Empresa de telefonia está em grave crise financeira e passando pela segunda recuperação judicial.
De acordo com o Times Brasil, a medida inclui o afastamento da diretoria e do conselho admnistrativo, a suspensão de dívidas extraconcursais por 30 dias e a indisponibilidade de ações da empresa Nio (antiga Oi Fibra), além dos valores envolvidos em arbitragem entre a Oi, a V.Tal e a Anatel.
A suspensão de 30 dias das obrigações extraconcursais vai permitir que os administradores e credores discutam alternativas para a continuidade da empresa ou para a sua liquidação integral.
Ao final do período, será determinado se a Oi continuará no processo de recuperação judicial ou se terá a falência decretada. Durante esse tempo, também foi levantado o segredo de justiça sobre as negociações em andamento.
Responsáveis pelo julgamento
Essa última decisão foi assinada pela juíza Simone Gastesi Chevrand, que apontou indícios de esvaziamento patrimonial da empresa, divergências sobre valores em caixa e custos elevados com a gestão.
Chevrand destacou ainda que a venda de ativos estava sendo realizada sem participação dos credores trabalhistas e que houve o fornecimento de informações inconsistentes sobre o patrimônio da companhia.
Bruno Rezende foi nomeado o novo presidente da Oi, com poderes para supervisionar todas as operações que impliquem em oneração ou alienação do patrimônio e, dessa forma, conduzir a transição da gestão e garantir a continuidade dos serviços essenciais.
Tatiana Binato foi designada para gerenciar a transição das subsidiárias Serede e Tahto, assegurando a manutenção dos serviços públicos prestados pelo grupo, incluindo aqueles vinculados ao Centro Integrado de Defesa Aérea e Controle de Tráfego Aéreo (Cindacta).
Oi (OIBR3) reverte lucro e registra prejuízo de R$ 835 milhões no 2º trimestre
A Oi (OIBR3), em recuperação judicial, reportou prejuízo líquido de R$ 835 milhões no segundo trimestre de 2025 (2T25), revertendo o lucro líquido de R$ 15,1 milhões obtido no mesmo período do ano anterior.
O lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização (Ebitda) de rotina ficou negativo em R$ 91 milhões no 2T25, uma piora de 8,6% frente aos R$ 83 milhões negativos registrados em 2024.
A margem Ebitda ajustada atingiu -14,3% entre abril e junho, recuo de 10 pontos percentuais em relação ao ano passado.